Movimento de Mulheres Olga Benário organiza a “Ocupação Helenira Preta Vive: por Gabriela Silvério” em Mauá, denunciando feminicídio

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Fotos: Diana C, Artur Luz e Lucas Barbosa/Divulgação

Na semana passada, foi organizada na Grande São Paulo a Ocupação Helenira Preta Vive: por Gabriela Mariel Silvério.

A mesma foi promovida, em primeiro lugar, pelo Movimento de Mulheres Olga Benario para lutar contra o feminicídio e a violência em Mauá.

A ocupação homenageia, acima de tudo, Gabriela Mariel Silvério, militante do movimento, vítima de feminicídio no início de junho.

Trata-se, portanto, da 28ª ocupação organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benario em todo o País.

Os imóveis ocupados pelo movimento são transformados, por exemplo, em centros de referência para mulheres vítimas de violência e em situação de vulnerabilidade, além de ser polos de denúncia do aumento da violência de gênero no Brasil nos últimos anos.

Verbas cortadas

Em 2023, além disso, apesar das crescentes taxas de feminicídio, o governador Tarcísio de Freitas cortou 71,6% da verba para Delegacias de Defesa Mulher.

Entre elas, das 140 existentes, apenas 11 são 24 horas.

Em 2024, da mesma forma, Tarcísio também congelou 96% do orçamento paulista destinado ao enfrentamento da violência de gênero, relata o movimento.

“Diante desse cenário, ocupamos pela vida das mulheres! Exigimos justiça por nossa companheira Gabriela Mariel! Ocupamos para que mais mulheres que vivem como Gabriela, que morava com o homem que a matou, possam lutar para sair da miséria, do aluguel e de relacionamentos abusivos”, afirma, em resumo, Maria Clara, coordenadora da Ocupação Helenira Preta Vive e do movimento no ABCD.

Reivindicações do movimento

A criação da Delegacia da Mulher 24 horas em Mauá está entre as bandeiras levantadas pelo Movimento de Mulheres Olga Benario com esta ação.

Gabriela, homenageada no nome da ocupação, recolheu centenas de assinaturas para um abaixo-assinado com este objetivo.

Além disso, o Movimento denuncia o despejo da Ocupação Alceri Maria Gomes da Silva, em São Caetano do Sul.

Gabriela era coordenadora e recebeu abrigo – argumenta-se que, se a ocupação ainda existisse, o feminicídio poderia ter sido evitado.

Cessão de imóvel

Ainda é reivindicada a cessão de um imóvel pela prefeitura de Mauá para o trabalho de combate à violência contra a mulher do Movimento de Mulheres Olga Benario.

A cessão foi prometida pelo atual prefeito, Marcelo Oliveira (PT) em sua campanha eleitoral, mas não foi cumprida.

“Gabriela poderia estar morando na nossa casa, que deveria ter sido inaugurada no último 8 de março e talvez estaria viva ainda”, afirma Júlia Calchi, amiga de Gabriela e coordenadora da Ocupação Helenira Preta Vive: por Gabriela Mariel Silvério. Além disso, o movimento exige que a filha de Gabriela também receba uma pensão que dê condições para que possa se sustentar.

A ocupação promovida nesta semana é a terceira a ser organizada pelo movimento em Mauá. Todas homenagearam Helenira Preta, combatente contra a ditadura militar. Desta vez, o novo espaço também remete a memória de Gabriela, militante morta por um agressor neste junho.

Quem foi Gabriela Silvério

Gabriela Mariel Silvério foi militante do Movimento de Mulheres Olga Benario, mãe solo, trabalhadora da escala 6×1, PCD e uma das principais responsáveis pelo trabalho do Movimento de Mulheres Olga Benario em Mauá.

Coordenadora da Ocupação da Mulher Operária Alceri Maria Gomes da Silva, organizada pelo movimento em São Caetano do Sul, Gabriela também esteve na linha de frente na luta pela Delegacia da Mulher 24 horas em Mauá, pelos serviços de atendimento às vítimas de violências e pelos direitos das mulheres e das crianças.

Mas, Gabriela foi brutalmente assassinada pelo marido na madrugada de domingo, no bairro Paranavaí em Mauá.

O caso de Gabriela foi o 6° feminicídio ocorrido no ABCD apenas neste ano de 2025 – cifra que já é é de 50% a mais que em 2024.

Moradia

Além da violência de gênero, a ocupação denuncia o problema da moradia no País.

Segundo o IBGE, a maioria das pessoas que mora de aluguel no Brasil são famílias monoparentais (35,8%), ou seja, em que apenas um dos pais é responsável pelos filhos – na maioria dos casos, a responsável é a mãe.

Gabriela era uma das pessoas da lista para ser beneficiada por um empreendimento do programa  Minha Casa, Minha Vida Entidades conquistado pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) através das ocupações Manoel Aleixo e Antônio Conselheiro, realizadas na cidade.

O Governo Federal e a Prefeitura têm tardado em iniciar o processo de construção das casas.

Ocupação Helenira Preta Vive: Por Gabriela Silvério

Av. Dom José Gaspar, 879, Mauá/SP

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