Morreu na manhã desta segunda-feira (04.07), na Capital paulista, o cardeal Cláudio Hummes.
Já havia alguns anos ele lutava contra um câncer e acabou não resistindo às consequências da doença.
O velório e o sepultamento, segundo parentes, acontecerão na Catedral Metropolitana de São Paulo (Praça da Sé), em horários a ser confirmados.
Nascido em Batinga, interior de Brochier, quando pertencia a Montenegro, Hummes passou parte da infância em Linha Comprida, interior de Salvador do Sul.
Muito ligado ao papa Francisco, era arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo e prefeito emérito da Congregação Para o Clero.
Dom Cláudio Hummes foi ordenado presbítero em 1958.
A ordenação episcopal, como bispo da diocese de Santo André, foi realizada em dezembro de 1975, e como cardeal arcebispo da Cidade de São Paulo, em fevereiro de 2001.
Tinha doutorado em Filosofia e especialização em Ecumenismo.
Nos anos 70, atuou como defensor dos direitos dos trabalhadores, período em que criou laços de amizade com o então sindicalista e ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Foi uma importangte voz de contestação ao regime militar brasileiro.
No conclave de 2005, chegou a ser considerado um dos mais fortes candidatos à sucessão do papa João Paulo II.
Conheça um pouco mais sobre Dom Claudio
Dom Frei Cláudio Hummes OFM (Montenegro, 8 de agosto de 1934) é um frade franciscano, sacerdote católico brasileiro. Foi o décimo oitavo bispo de São Paulo, sendo seu sexto arcebispo e quarto cardeal. Na Cúria Romana foi prefeito da Congregação para o Clero.
Nascido com os prenomes “Auri Afonso”, filho de Pedro Adão Hummes e Maria Frank Hummes, teuto-brasileiros, ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1º de fevereiro de 1952, onde emitiu os primeiros votos no dia 2 de fevereiro de 1953 e professou solenemente no dia 2 de fevereiro de 1956, quando então mudou seu nome para “Cláudio”.
Estudos
- Ensino fundamental e básico no Seminário Seráfico São Francisco de Assis, Taquari, Rio Grande do Sul (1944–1949) e na Escola Paroquial Santo André (1941–1943)
- Ensino médio no Seminário Seráfico São Francisco de Assis, Taquari, Rio Grande do Sul (1950–1951).
- Graduação em Filosofia (Garibaldi, Rio Grande do Sul, 1953–1954).
- Graduação em Teologia (Divinópolis, Minas Gerais, 1955–1958).
- Especialização em Ecumenismo, no Instituto Ecumênico de Bossey (Genebra, Suíça, 1968).
- Doutorado em Filosofia (Roma, 1959–1962), com a tese “Renovação das provas tradicionais da Existência de Deus por Maurice Blondel em L’Action (1893)”
Vida religiosa
Ingressou na Ordem dos Frades Menores (franciscanos) em 1º de fevereiro de 1952, em Garibaldi, Rio Grande do Sul, onde emitiu os primeiros votos no dia 2 de fevereiro de 1953 e professou solenemente no dia 2 de fevereiro de 1956.
Presbiterado
Foi ordenado presbítero no dia 3 de agosto de 1958, por Dom João Resende Costa.
- Atividades antes do episcopado
- Professor de Filosofia no Seminário de Garibaldi, 1963–1968
- Assessor para Ecumenismo da CNBB, 1965–1968
- Professor e Reitor da Faculdade de Filosofia de Viamão, RS, (1969–1972)
- Professor da Faculdade de Filosofia de Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), (1969–1972)
- Formador dos seminaristas Franciscanos (Filosofia).
- Superior Provincial da Província Franciscana do Rio Grande do Sul (1972–1975)
Episcopado
Em 22 de março de 1975 foi eleito bispo-titular de Carcábia e bispo-coadjutor de Santo André, com direito à sucessão. Em 25 de maio de 1975, aos quarenta anos de idade, recebeu a ordenação episcopal, na catedral de Porto Alegre, sendo sagrante principal Dom Frei Aloísio Leo Arlindo Cardeal Lorscheider, então arcebispo de Fortaleza, e consagrantes Dom Mauro Morelli, então bispo auxiliar de São Paulo, e Dom Urbano José Allgayer, então bispo auxiliar de Porto Alegre. Tomou posse a 29 de junho de 1975 e, a 29 de dezembro do mesmo ano, assumiu como bispo diocesano de Santo André, sucedendo a Dom Jorge Marcos de Oliveira.[1]
Em 29 de maio de 1996 foi nomeado arcebispo de Fortaleza e a 15 de abril de 1998 foi transferido para a Sé de São Paulo, tomando posse em 23 de maio.
É considerado moderado, sendo preocupado com as questões sociais e zeloso em relação à doutrina da Igreja. Defensor dos direitos dos trabalhadores, foi uma voz de contestação ao regime militar brasileiro.
Polêmica com Wikileaks
Junto aos telegramas diplomáticos divulgados pela Wikileaks consta que, em reunião com a embaixada americana, da qual também participou o cardeal Juan Sandoval Íñiguez, estes expressaram preocupação quanto “aos pobres na América Latina não entenderem os benefícios potenciais do livre mercado e pediu ajuda a USG, reconhecendo que a Igreja, embora necessariamente cautelosa, também pode vir a desempenhar um papel mais importante”.
Cardinalato
No Consistório do dia 21 de fevereiro de 2001, presidido pelo Papa João Paulo II, na Basílica de São Pedro, Dom Cláudio foi criado cardeal-presbítero, do título de Santo Antônio de Pádua na Via Merulana. Em 2002, Hummes foi o orientador dos exercícios espirituais (retiro) que o Papa João Paulo II e a Cúria Romana participaram em fevereiro. Foi um dos cardeais eleitores do Conclave de 2005, tendo sido considerado papabile pela imprensa mundial.
Em 31 de outubro de 2006 foi nomeado prefeito da Congregação para o Clero, função que exerceu até o dia 7 de outubro de 2010, quando foi aceita sua renúncia pelo Papa Bento XVI.
Aos 18 de abril de 2011 o Cardeal Arcebispo Metropolitano de São Paulo Dom Odilo Scherer o nomeou Vigário-Geral da Arquidiocese de São Paulo e orientador das Pastorais do Mundo do Trabalho, dos Movimentos Eclesiais e das Novas Comunidades.
No dia 25 de junho de 2011 foi nomeado pela Presidência da CNBB como presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia.
O Papa Bento XVI o nomeou membro da Pontifícia Comissão para a América Latina no dia 19 de julho de 2011.
Segue a Nota de Pesar da Diocese de Santo André:
Nota de Pesar pelo falecimento do Cardeal Dom Claudio Hummes