Maurinéa Aparecida Santos*
Tenho observado, há algum tempo, sobretudo após a pandemia, o que continua a acontecer, acentuada baixa no comércio de nosso município, comércio popular e comércio da classe média.
Gosto de andar a pé pelas ruas de nossa cidade. Vou andando e observando o que se passa ao redor. Outro dia, caminhando pela charmosa Avenida Portugal fiquei bem triste. Percebi que muitas casas comerciais estão de portas fechadas, abandonadas e com uma placa em vermelho escrito: “aluga-se” em frente delas. Pelo menos seis pontos bons de comércio só ali, na Av. Portugal. É notável que o comércio da referida e movimentada Portugal é direcionado para a classe média. O comércio ali compõe-se de lojas muito bem apresentadas, com produtos bons, ótimos e excelentes, para um poder aquisitivo um tanto mais alto. A Av. Portugal está perdendo sua característica, sua beleza. Está decaindo sua qualidade. As calçadas já não estão tão limpas e bem decoradas, pois, se as lojas estão abandonadas, o mato cresce, a sujeira toma conta. Fiquei triste ao ver isso pessoalmente.
Já o comércio popular do Calçadão Oliveira Lima encontra-se também com pouco movimento. Muita gente circulando, indo e vindo, entram e saem das lojas, mas compram pouco ou nada compram. Há grande circulação de gente e pouco giro de dinheiro. A movimentação está baixa o que é bem negativo para a economia local. Muitas lojas populares, antes bem frequentadas, agora estão com suas portas fechadas e largas faixas com o anúncio de “aluga-se”. Que triste ver isso!
Justo essa semana está sendo veiculada uma reportagem sobre o comércio de rua que anda em baixa em muitas cidades do País e em algumas Capitais da Federação. Isso é preocupante. A economia não vai bem, a moeda está circulando pouco. Muitas pessoas e famílias endividadas. Comerciantes depressivos e cansados, baixando suas portas. Não sou pessimista e nem quero ser, mas penso que as associações de comerciantes locais, junto com o poder público municipal devem reunir-se e encontrar juntos uma boa saída para melhorar essa situação.
Seja nas cidades grandes ou nas pequenas, está havendo uma dificuldade comercial muito grande. Para todos os lados, as pessoas reclamam da falta de dinheiro. Vão à feira, ao mercado ou à venda (mercadinho) e já não conseguem comprar quase nada. Está tudo muito caro, ou a nossa moeda está perdendo seu valor? O Real está fraco. O comércio e a população andam de pernas quebradas.
Fico apreensiva em supor o que poderá acontecer com os rumos da política no Brasil. Tenho medo do autoritarismo, tenho horror a um poder político que manipula, corrompe, mente e conduz o povo “acreditar” que tudo vai bem. Deus nos livre de um País…
Vivemos de esperança e acreditamos que as coisas vão melhorar.
*Maurinéa Aparecida Santos é escritora e secretária episcopal da Diocese de Santo André, autora, entre outros de “Miudezas da Vida”, biogafria de dom Nélson Westrupp, bispo emérito de Santo André, e de “Minha Vida! Do jeitinho que ela é”, sua autobiografia.