Instituto UniDown oferece curso gratuito de alfabetização para jovens com Síndrome de Down com foco na empregabilidade

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Professoras Lilian Fotin Tali e Gizele Cristina Rodrigues Caparroz de Almeida, criadoras do curso/Divulgação

O curso inédito ‘Alfabetização para Empregabilidade de Jovens T21’ terá primeira fase para avaliação diagnóstica dos jovens em fevereiro e início com turmas-piloto em março de 2025.

O Instituto UniDown, em parceria com as professoras Gizele Cristina Rodrigues Caparroz de Almeida e Lilian Fotin Talib, criadoras do curso ‘Alfabetização para Empregabilidade de Jovens T21’, iniciará em março, em primeiro lugar, um curso gratuito de alfabetização voltado a pessoas com Síndrome de Down, a partir de 18 anos.

As aulas acontecerão presencialmente, portanto, na sede do instituto, localizada na Rua Faustolo, 92, Lapa, São Paulo, próxima à estação CPTM Água Branca.

O curso foi idealizado por Márcio Berti, fundador do Instituto UniDown, ao perceber que, apesar da crescente demanda por profissionais com Síndrome de Down no mercado de trabalho, muitos jovens, mesmo possuindo diversas habilidades e grande disposição, ainda não estão, acima de tudo, completamente alfabetizados.

Grande desafio

“A inclusão no mercado de trabalho é um grande desafio e a falta de alfabetização é um dos maiores obstáculos. No Instituto UniDown, grandes empresas já buscaram talentos na condição genética T21, mas muitos desses jovens, apesar de altamente capacitados, não tiveram acesso a uma alfabetização consolidada. Por isso, decidimos oferecer esse curso básico de alfabetização para ajudá-los a avançar”, afirmou Márcio Berti.

Uma pesquisa interna realizada pelo instituto revelou que apenas 8,7% dos 1.381 inscritos estão totalmente alfabetizados, e somente 1,3% têm a capacidade de se locomover de forma independente utilizando transporte público. Esses números ilustram a dificuldade de inclusão das pessoas com Síndrome de Down tanto na sociedade quanto no mercado de trabalho.

A professora Gizele Caparroz, voluntária do instituto, licenciada em Letras pela Unicamp e mestre em Educação pela PUC-SP, compartilhou sua experiência ao ser convidada por seu marido, Márcio Berti, para criar um curso de alfabetização para jovens com Síndrome de Down. “Ele sugeriu que eu desenvolvesse um curso focado na alfabetização de jovens com Síndrome de Down que querem trabalhar, mas enfrentam o desafio de não ter sua alfabetização consolidada, mesmo após passarem pelo ensino regular. Convidei Lilian Talib para me ajudar com essa missão”, relatou.

São 300 mil pessoas

Dados de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelam que existem cerca de 300 mil pessoas com Síndrome de Down no Brasil, das quais apenas 3.800 são alfabetizadas.

Gizele enfatiza a importância das leis brasileiras, como a Lei nº 13.146/2015, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão, que garante os direitos da pessoa com deficiência, incluindo o direito à educação. Porém, ela também destaca a falta de preparação de muitas escolas e professores para a inclusão efetiva de alunos com Síndrome de Down. “Muitos desconhecem as características da Síndrome e não sabem como avaliar as dificuldades específicas desses alunos, o que dificulta sua inclusão plena”, afirma.

Para Lilian Fotin Talib, licenciada em Filosofia pela PUC-SP e História pela USP, o curso representa uma oportunidade de aprimorar a alfabetização de jovens com Síndrome de Down, preparando-os para a vida adulta e profissional. “O objetivo é desenvolver habilidades de leitura e escrita de maneira contextualizada, utilizando atividades que façam sentido para os jovens, mantendo-os motivados. A inclusão desses jovens no Instituto tem um impacto profundo, tanto no mundo do trabalho quanto na sociabilidade”, diz Lilian.

Como será o curso

O curso será dividido em dois módulos semestrais de cinco meses, com aulas uma vez por semana, totalizando duas horas por aula. Cada turma terá no máximo seis alunos. Serão utilizadas metodologias ativas e atividades variadas, como rodas de conversa, leitura de notícias e o uso de recursos visuais. O material didático incluirá o ‘Jornal Joca’, voltado para crianças e adolescentes, para ser explorado nas aulas. O curso também abordará alfabetização numérica e o uso prático da leitura e escrita no cotidiano.

“O curso será adaptado a dois níveis de alfabetização, respeitando o desenvolvimento individual de cada aluno, mas também promovendo a interação entre os participantes. Caso necessário, os alunos poderão continuar no semestre seguinte”, complementa Gizele.

Além disso, o curso utilizará metodologias ativas, como atividades de leitura e escrita individuais e em grupo, dinâmicas em aplicativos, rodas de conversa e criação de materiais pelos alunos. O foco será utilizar temas e situações cotidianas, como notícias e reportagens, para que os jovens se sintam motivados e vejam a relevância da alfabetização em sua vida.

Este programa de formação educacional é inédito e terá a primeira fase para a avaliação diagnóstica dos jovens já neste mês e início com duas turmas-piloto em março.

O curso é destinado exclusivamente às pessoas T21, acima de 18 anos, que sejam, em suma, semialfabetizadas (capazes de ler e compreender frases simples) e que desejam trabalhar.

As inscrições podem ser feitas somente pelo WhatsApp do Instituto UniDown, pelo número (11) 9.9257-7352. Mas, as vagas são limitadas.

Sobre as Idealizadoras do Curso

Gizele Cristina Rodrigues Caparroz de Almeida é licenciada em Letras e Linguística pela Unicamp e Mestra em Educação pela PUC-SP. Com larga experiência como professora de Língua Portuguesa, hoje é formadora de professores e gestores educacionais. Além de atuar como conselheira/voluntária no UniDown, Gizele é responsável pela criação e implementação do curso de alfabetização para jovens com Síndrome de Down. Atualmente, é formadora de professores de escolas assinantes do Jornal Joca.

Lilian Fotin Talib é licenciada em Filosofia e História pela PUC-SP, em História pela USP e pós-graduada em Psicopedagogia. Tem experiência como professora de Filosofia e História e Coordenadora Pedagógica em escolas públicas e particulares. Ela também é voluntária do UniDown e participou da criação do curso de alfabetização.

SERVIÇO:

Público: pessoas com Síndrome de Down acima de 18 anos, semialfabetizadas (capazes de ler e compreender frases simples) e com interesse em ingressar no mercado de trabalho.

Local: Instituto UniDown, Rua Faustolo, 92 – Lapa, São Paulo (próximo à estação CPTM Água Branca).

Processo de Seleção: as inscrições para avaliações diagnósticas serão agendadas somente pelo Whatsapp do Instituto UniDown.

Sobre o Instituto UniDown

Fundado em 2018 pelo advogado, Márcio Berti, o Instituto UniDown atende atualmente, por exemplo, mais de mil jovens com Síndrome de Down.

O instituto oferece, além disso, diversas atividades gratuitas, como cursos de gastronomia, garçom, dança, teatro, artes, quick massage, capoeira, inglês, informática, além de serviços médicos, psicológicos e odontológicos.

O UniDown também organiza, da mesma forma, eventos, como a BalaDown, a maior balada do Brasil voltada para pessoas com Síndrome de Down, além de distribuir cestas básicas às famílias de pessoas de pessoas T21.

Para mais informações, acesse, em conclusão, www.institutounidown.com.br ou entre em contato pelo WhatsApp (11) 99257-7352 – Márcio Berti.

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