Dados da pesquisa de Sondagem Industrial Regional, resultado de um convênio entre a faculdade Strong Business School e a Fiesp, apontam, em primeiro lugar, para o aumento da utilização da capacidade instalada em abril de 76%, três pontos acima de março e superior ao mesmo período do ano passado.
A pesquisa também revelou, acima de tudo, intenção na ampliação de investimentos pelos industriais, cujo índice de 48,3 pontos em fevereiro pulou para 56,8 pontos em abril.
Mas, apesar do bom desempenho passado – a indústria de transformação do ABCD cresceu 8,2% em 2024, mais que o dobro da média da economia regional (4,9%), acima do desempenho da indústria no Brasil (3,8%) e no Estado de São Paulo (2,7%), segundo dados do Seade -, a confiança do empresariado caiu em 2025.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que vinha mostrando otimismo em 2024, acima dos 55 pontos, apresentou queda entre março e maio.
Ficou em 48 pontos, influenciado principalmente pelas expectativas em relação à economia.
Tais números foram apresentados nesta segunda-feira (23.06), no campus Strong Business School, em Santo André, no lançamento da Sodagem.
Marcaram presença, entre outros, a economista da FIESP, Letícia Siqueira, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Santo André, Evandro Banzato, e o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Dotto.
Produção em alta no primeiro quadrimestre
A produção industrial no primeiro quadrimestre de 2025 manteve-se em trajetória de crescimento, em sintonia com os dados nacionais e estaduais.
Em abril, por exemplo, a utilização da capacidade instalada chegou a 76%, três pontos acima de março e superior ao mesmo período do ano passado.
Por outro lado, o número de empregados caiu em todos os meses desde novembro de 2024 (com exceção de fevereiro).
O resultado pode estar relacionado à dificuldade de contratação enfrentada por diversas empresas, reflexo da baixa taxa de desemprego e escassez de mão de obra qualificada.
“O crescimento expressivo da indústria no Grande ABC em 2024 demonstra uma resposta significativa do setor, mas os desafios permanecem. A escassez de mão de obra qualificada e o custo elevado dos insumos revelam um cenário complexo, em que a retomada produtiva convive com gargalos estruturais que precisam ser enfrentados com política pública e estratégia empresarial”, avalia, em resumo, o economista Sandro Maskio, da Strong Business School e coordenador da pesquisa
Pressão nos custos afeta finanças
Mesmo com melhora na produção, os empresários relataram piora nas condições financeiras.
Margens de lucro caíram em abril, e o acesso ao crédito foi dificultado pelo ciclo de alta dos juros.
A elevação do custo de insumos, impulsionada pela desvalorização cambial e pela dependência de produtos importados, também pesou no caixa das empresas.
Perspectivas divididas
A pesquisa mostra boas expectativas de demanda interna, com aumento da intenção de investimentos e expectativa de contratação de pessoal nos próximos meses
Contudo, as perspectivas para exportações são mais pessimistas, devido ao custo elevado de produção e à competitividade internacional.
“A queda na confiança dos empresários em 2025 acende um sinal de alerta. A indústria mostrou força no ano anterior, mas a deterioração das expectativas mostra que há um limite para o otimismo quando fatores como juros altos e instabilidade macroeconômica entram em cena. É hora de fortalecer o ambiente de negócios e destravar os investimentos”, aponta o professor Luciano Schmitz, da Strong Business School e coordenador da pesquisa.
Principais desafios: impostos, crédito e demanda
Os empresários do ABCD destacaram a alta carga tributária como o principal obstáculo ao crescimento.
Questões financeiras como juros elevados, falta de capital de giro e dificuldade de acesso a financiamento também preocupam.
A insuficiência da demanda interna, mesmo diante de expectativas positivas, aparece como o segundo maior problema.
É seguida por insegurança jurídica, competição com importados e falta de trabalhadores qualificados.
Sobre a pesquisa
A Sondagem Industrial Regional é elaborada a partir de metodologia da CNI e da Fiesp, com análise da Strong Business School.
O estudo, que deve em princípio ser trimestral, coleta percepções dos empresários sobre produção, emprego, estoques, finanças e expectativas.
“Os números regionais tem o intuito de gerar informações qualitativas e que possibilitem o aprimoramento da análise setorial da indústria do Grande ABC, afirma o professor Sandro Maskio.
Sobre a Strong Business School
Faculdade de negócios com mais de 25 anos de tradição no mercado, com quatro campi na Grande São Paulo, em Santo André, Santos, Alphaville e Osasco.
Conveniada com a FGV, a instituição oferece educação de excelência, contando com corpo docente formado por professores PhDs e pesquisadores internacionais.
A faculdade também dispõe de centros de estatística avançados e mantém parcerias com algumas das maiores universidades da Europa e dos Estados Unidos.
Oferece, da mesma forma, cursos de MBA e pós-graduação, com módulos internacionais em renomadas instituições nos Estados Unidos e Portugal.
Sempre proporcionando, em conclusão, uma formação global e conectada às demandas do mercado atual.