Estação ferroviária de Campo Grande, em Paranapiacaba, passa por restauração

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Estação Campo Grande. Foto: Alex Cavanha/PMSA

Mais uma edificação histórica começa a ser restaurada na Vila de Paranapiacaba, em Santo André. É a Estação Ferroviária de Campo Grande, uma parada localizada entre Rio Grande da Serra e Paranapiacaba, inaugurada em 1889.

A obra, patrocinada pela MRS Logística, está sendo realizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com valor aprovado de R$ 1.746.599,96. O escritório de arquitetura e urbanismo Contemporânea Paulista, especializado em restauração de Patrimônio Histórico Cultural, coordena o restauro, que teve início no primeiro trimestre de 2020. A entrega está prevista para os próximos meses.

“Nos últimos três anos a Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, tem se empenhado para viabilizar a revitalização de todos os espaços com relevância histórica e a Estação de Campo Grande é um destes pontos. Será uma entrega importante que vai se somar a outras revitalizações realizadas na Vila, entregues pela Prefeitura, MRS e comunidade”, destacou o secretário de Meio Ambiente de Santo André, Fabio Picarelli.

Dentre as obras entregues em Paranapiacaba nos últimos anos estão a revitalização do Museu Castelo, da Igreja do Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba, da Torre do Relógio e da Garagem das  Locomotivas, utilizada hoje como estação do Expresso Turístico da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

A Estação Ferroviária de Campo Grande é um edifício histórico construído na segunda metade do Século XIX pela empresa inglesa São Paulo Railway. Atualmente, o local está sob responsabilidade da MRS Logística, concessionária de transporte de carga pela ferrovia, e se tornará um centro de controle operacional das composições MRS que trafegam pela região em direção ao Porto de Santos ou retornando no sentido do interior de São Paulo, entre outros destinos.

“A MRS tem grande participação em ações de recuperação do patrimônio histórico, em especial quando relacionado à memória ferroviária. Participar do processo de recuperação da Estação de Campo Grande é um privilégio. É uma forma de contribuir para a valorização da ferrovia e da atividade ferroviária”, diz o gerente geral de Relações Institucionais SP da MRS Logística, José Roberto Lourenço.

Com 300 metros quadrados de área construída e 7.500 metros quadrados de área externa, a estação estava abandonada há cerca de 20 anos, repleta de mato e com risco de desabamento.

O projeto de restauração foi elaborado pelo arquiteto Laerte Gonzalez. A Contemporânea Paulista, das arquitetas Cristina Machado e Fabiula Domingues, é responsável pelo gerenciamento da obra, que está sendo executada por empresa especializada na recuperação de elementos originais como as telhas, tijolos, madeiramento estrutural da cobertura e a argamassa de revestimento. 

O projeto cultural de restauração da Estação Ferroviária de Campo Grande é referenciado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. A iniciativa tem apoio da Prefeitura de Santo André e do Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André).

“A recuperação de estações ferroviárias cria novas possibilidades para estes locais, sob o aspecto turístico e econômico, e ainda desperta questões a respeito da mobilidade e da volta do transporte de pessoas pela rica malha ferroviária ainda presente no Brasil”, afirma a arquiteta Cristina Machado, da Contemporânea Paulista.

Durante a execução da obra, também serão oferecidas ao público, gratuitamente, atividades educativas. O objetivo destas práticas é informar a população sobre as riquezas da região e, desta forma, incentivar a difusão e a preservação da memória, por meio do patrimônio histórico. As oficinas serão organizadas por Doutores e Mestres com formação multidisciplinar na USP, Unicamp, Unesp e PUC-SP, sob coordenação do Mestre em Antropologia Social pela USP, Carlos Eduardo Gimenes e da Arquiteta e Urbanista Ana Paula Soida.

“Nossa maior ambição é fazer com que o patrimônio histórico seja cada vez mais compreendido pela sociedade. Um bem restaurado, além de permitir novas experiências, é um legado para as futuras gerações. Seguimos o lema: preservar o patrimônio para consolidar a nossa história”, completa a arquiteta Fabiula Domingues, também da empresa Contemporânea Paulista, que gerencia a obra de restauração.

Sobre a MRS – A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. A produção da empresa é diversificada, entre as principais cargas transportadas estão: contêineres, siderúrgicos, cimento, bauxita, agrícolas, coque, carvão e minério de ferro.

A companhia foi criada em 1996, quando o governo transferiu à iniciativa privada a gestão do sistema ferroviário nacional. A malha da empresa conecta regiões produtoras de commodities minerais e agrícolas e alguns dos principais parques industriais do país aos maiores portos da região Sudeste.

Sobre a Contemporânea Paulista – As arquitetas restauradoras Cristina Machado e Fabiula Domingues elaboram e realizam projetos de arquitetura, restauro e urbanismo. A Contemporânea Paulista conceitua seus projetos otimizando a sustentabilidade dos recursos naturais e econômicos, em conformidade ao atendimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 e as parcerias público-privadas.

Texto: Paola Zanei e Contemporânea Paulista

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