Escolas municipais de São Caetano desenvolvem atividades para estimular a escrita

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Fotos: Divulgação / PMSCS e Arquivo Pessoal (fotos da Laura)

O uso da tecnologia na Educação trouxe, acima de tudo, novas possibilidades de aprendizado.

Computadores, tablets e lousas digitais estão, portanto, no cotidiano das escolas municipais de São Caetano em diversas atividades.

Mas, a escrita à mão não foi esquecida.

“Escrever à mão traz muitos benefícios e, quando tratamos do processo de ensino-aprendizagem na alfabetização, o ato da escrita é essencial para a mobilização de diferentes áreas cerebrais, contribuindo com o desenvolvimento cognitivo e motor”, explica, por exemplo, a professora Marselli Gonçalves, diretora da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Luiz Olinto Tortorello.

Para Tiago Luiz Araújo, diretor da EMEF Senador Fláquer, atividades de escrita também podem, da mesma forma, estimular a criatividade, o vocabulário, a capacidade de expressão e habilidades socioemocionais.

Foi o que ele comprovou, portanto, ao promover a Semana da Correspondência em sua escola.

Cartas trocadas

Entre 21 e 25 de março, alunos do 5º ao 9º ano foram convidados, por exemplo, a trocar cartas. 

“Adquirimos envelopes, ensinamos os alunos a preenchê-los e criamos endereços fictícios; cada andar foi identificado como sendo uma rua, com nomes homenageando escritores. As cartas foram depositadas em ´caixas de correio´ no intervalo e entregues ao final das aulas.” 

A primeira carta foi uma atividade obrigatória feita em sala de aula. Mas, acabou desencadeando uma verdadeira avalanche. Depois que os alunos começaram a receber cartas dos colegas, eles se animaram a responder e escrever novas mensagens – entre si e também para funcionários e professores. Até o diretor entrou na brincadeira: “Recebi cartas elogiando a atividade e até sugestões de novos eventos”, conta.

E quem pensava que a Matemática ia ficar de fora da atividade, enganou-se. A professora Daniela Sayuri Toma mandou cartas com mensagens em código aos seus 92 alunos do 7º ano. Só conseguiu decifrar a mensagem e ler a cartinha da professora quem fez os cálculos cujos resultados direcionavam às letras da mensagem.

Arte da escrita

No final do ano passado, ao completar 13 anos, Laura Liuti Berger, aluna da EMEF Leandro Klein, teve a oportunidade de receber muitas correspondências de colegas de sua escola, onde cursa o 8º ano.  A ideia foi da mãe, Cláudia, que convidou amigos e parentes para escrever à filha por ocasião de seu aniversário. “As crianças, hoje, não conhecem a emoção de receber uma carta”, diz.

Cláudia sabia que a filha adoraria a experiência. Afinal, Laura vive entre papéis. Ela é uma entusiasta do lettering, técnica de desenho de letra com lápis e canetas, que tem feito enorme sucesso nas redes sociais.  O sucesso de seus trabalhos na Internet já chamou a atenção de uma emissora de TV, que fez uma reportagem com a significativa chamada:  “o hábito da escrita volta com tudo com a prática do lettering”.

“Comecei a praticar lettering no começo da pandemia”, conta Laura. E o que era apenas diversão, acabou virando uma fonte de renda: a pequena influencer acabou se tornando, também, embaixadora de marcas de papelaria.

Orgulhosa, a mãe de Laura conta que a filha utiliza também a arte do lettering para organizar seus conteúdos nos cadernos na escola e no ballet e para fazer fichas de estudos para as provas.  “Assim, ela deixa seus cadernos com lições organizadas, processo que ajuda na memorização e no aprendizado”.

Primeiro caderno

Na EMEF Luiz Olinto Tortorello, o início do ano letivo do 1º ano foi marcado por um evento cheio de significados: o “Meu Primeiro Caderno”. “É uma cerimônia que marca a transição dos alunos da Educação Infantil para o Ensino Fundamental”, conta a diretora Marselli Gonçalves.

Ela explica que a comemoração da chegada do caderno com pauta (linhas para a escrita) é o marco do início da etapa de alfabetização. A festa de entrega do caderno teve até apresentação musical, com os alunos dando um show na interpretação da música Aquarela, de Toquinho.

“Foi um momento muito especial, com a presença dos familiares e a dedicação de toda a equipe”, conta, em resumo, a diretora.

Assim como da primeira professora, os alunos da EMEF Luiz Olinto Tortorello, em conclusão, jamais se esquecerão do primeiro caderno.

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