Após duas semanas do retorno às aulas com a aplicação da lei que proíbe o uso de celulares em ambientes escolares, diretores de escolas da rede municipal de São Caetano do Sul aprovaram a medida e já observam resultados positivos com a restrição.
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, editou a instrução normativa 3/2025 antes do início do ano letivo.
Ela determina a inutilização do aparelho eletrônico dentro dos ambientes escolares – seja na entrada, na saída ou nos intervalos das aulas.
Diretor da EME Professora Alcina Dantas Feijão, no Bairro Mauá, Ailton Tenório lida com estudantes do Ensino Médio – portanto, muitos acostumados ao celular em seu dia a dia. Tenório apontou que, apesar de ainda haver casos isolados de alunos insatisfeitos, “houve grande adesão ao movimento ‘zero celular’ no Alcina”.
“Alguns já externaram que estão se ‘livrando desse vício’. Para ajudar nesse processo, ampliamos as atividades no intervalo, com jogos de tabuleiro, dominó etc”, indicou, por exemplo o diretor.
Ainda há quem tente burlar as regras
Tenório admitiu que ainda há os que tentam infringir as regras, sobretudo no intervalo.
“Mas é aí que entra a ação das orientadoras, visando enturmá-los. As Mães Acolhedoras estão atuando de forma muito importante, com todo seu jeito e carinho, para também orientar os alunos”, comentou.
Na EMEF Oscar Niemeyer, no Bairro Oswaldo Cruz, o uso do celular no ambiente escolar já estava restrito antes mesmo de o impedimento virar lei federal.
Mas, mesmo assim, o diretor da unidade, Edgar Casado Souza, observou melhora no comportamento dos estudantes.
“Percebemos que essa medida trouxe benefícios incríveis para o desenvolvimento dos nossos estudantes e para o ambiente escolar. Afinal, as conversas agora não precisam de uma tela de proteção. O tempo livre é ocupado por bate-papo com amigos, jogos como tênis de mesa, pebolim, air hockey, entre outros, sobretudo nos intervalos e demais atividades sociais, que fortalecem os laços e as interações”, disse.
O diretor também afirmou que, embora em apenas duas semanas, já foi possível identificar melhora na concentração dos alunos dentro das salas de aula. “Ao limitar o uso dos dispositivos móveis, cria-se um ambiente mais focado no qual os estudantes podem se concentrar plenamente nas aulas, com menos estímulos externos. Dessa forma, todos podem aprender a valorizar momentos de desconexão e, concomitantemente, cultivar uma relação mais saudável com a tecnologia, fora do ambiente escolar. Afinal, é na escola que escrevemos capítulos inesquecíveis da nossa história.”