Joaquim Alessi
Que o prefeito Paulo Serra é um chorão, todo mundo que o conhece um pouco sabe. Mas, sua emoção, a expressão e as lágrimas na convenção foram marcantes.
Sentimento que passou à plateia (quem estava lá no salão, embaixo, pôde sentir na pele o quanto contagiou as pessoas).
Paulinho, como será eternamente chamado pelo andreense, externou a todos sua emoção na convenção que homologou Gilvan, o Juninho, candidato à sua sucessão.
Mais que falar dos políticos de profissão, foi ao extremo quando desceu do palco para abraçar Calé, símbolo do Centreville.
Quem analisa a política friamente, calculista, pode até pensar em um gesto calculado, de marketing, mas não. Foi espontâneo, sincero.
Escreve quem cobriu a ocupação na madrugada daquele 16 de julho de 1982. Paulinho tinha 9 anos de idade.
Pode-se até contar 5 mil, mais de 5 mil, menos de 5 mil pessoas no salão nobre do Primeiro de Maio, mas isso representa pouco.
Calé, muito bem lembrado pelo prefeito Paulo Serra, representa, acima de tudo, a política pública que de fato olha para quem de verdade precisa.
Regularizações fundiárias julgadas como impossíveis por décadas desta vez não saíram do papel. Entraram para o papel. De verdade, da titularidade.
Vi e ouvi, de perto, Franco Montoro, em campanha para governador em 1982, prometer que solucionaria o caso Centreville assim que eleito.
Passaram-se duas décadas e ninguém fazia nada. Paulinho colocou no papel. Calé, creio que ao lado da filha, chorava de emoção, ao meu lado, nesta quarta memorável.
Tinha político muito importante no palco. Como, por exemplo, o ex-governador Marconi Perillo, o deputado federal Alex Manente, o ex-senador José Aníbal, a deputada estadual Ana Carolina, mas a estrela da noite foi Calé.
Como disse o Paulinho, é um dos símbolos da verdadeira política pública.