Uma das transformações mais relevantes é fazer com que mais empresas se instalem nas regiões periféricas da cidade
Isso, de forma a gerar empregos e produzir renda localmente, aquecendo a economia também nos bairros.
Assim, seria o caminho, por exemplo, para diminuir a necessidade de descolamento até áreas de grande fluxo.
Efeito fundamental no PIB
Essa mudança teria um efeito fundamental no Produto Interno Bruto (PIB) paulistano.
PIB esse que já beira o trilhão (foi de R$ 829 bilhões em 2021, segundo último dado consolidado do IBGE).
É um número suficiente para considerar a cidade como a quarta maior economia do País.
Fica atrás apenas dos Estados de São Paulo (do qual é capital), do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.
Mais do que isso, considerando a média do dólar três anos atrás (R$ 5,39), a metrópole figuraria como a 60ª maior economia global.
Afinal, ostenta PIB de US$ 153,6 bilhões, à frente de países como Marrocos e Argélia, por exemplo.
Trânsito
Outro problema — relacionado ao primeiro —, aliás, é o trânsito.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), foram 445 quilômetros de engarrafamentos todos os dias de 2023, em média, na cidade.
Esse tempo excessivo de deslocamento diminui, portanto, a produtividade, já que as pessoas perdem horas do dia para se movimentar, e impacta todos os setores econômicos.
Só para se ter uma ideia, São Paulo tinha, até o fim do ano passado, cerca de 4,7 milhões de empregos formais ativos, número que fica atrás apenas do Estado paulista (13,6 milhões). Desse volume imenso de trabalhadores, quase a totalidade (84%) está lotada nos setores de Comércio e Serviços. Proporcionalmente, um décimo (10,6%) da força de trabalho formalizada do País está situado na metrópole, segundo balanço da última Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Dadas essas dimensões, mais investimentos em modais de transporte coletivo seriam o ideal, como metrô e trens, que ajudam a fazer com que todas essas pessoas cheguem aos seus postos de trabalho com rapidez e segurança.
Violência
Uma terceira agenda — que deve ser prioritária — diz respeito à segurança pública. Embora muitos indicadores tenham caído entre 2022 e 2023, como o de roubos (-14%, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública), algumas regiões passaram a conviver mais intensamente com a violência nos últimos anos, cujos impactos têm sido, para além da insegurança, de ordem econômica.
No centro paulistano, a gravidade da situação na Cracolândia, por exemplo, tem obrigado comerciantes a fechar as portas dos seus estabelecimentos e reconstruí-los em outras regiões ou em outros modelos.
O ponto é que esse problema afeta o varejo, um dos pilares da economia paulistana, com faturamento diário de R$ 1,03 bilhão.
Os serviços, por sua vez, que também estão sendo afetados, reúnem receitas em torno dos R$ 734 bilhões anualmente.
Por isso, é fundamental que todo esse vigor seja protegido dos riscos inerentes à violência, principalmente na área central.
No ano passado, a FecomercioSP atuou fortemente nesse tema, levando a preocupação dos lojistas às autoridades.
E reforçando, no âmbito do Estado, a necessidade de melhorar o trabalho investigativo e de patrulhamento das polícias.
Turismo em alta
São Paulo também pode aproveitar mais seu próprio potencial turístico, setor que vem apresentando crescimento vigoroso desde o fim das restrições impostas pela pandemia de covid-19. O Índice Mensal de Atividade do Turismo (IMAT), elaborado pela FecomercioSP, mostra um avanço de 17% nas atividades do setor na cidade entre janeiro e novembro de 2023, muito por causa dos festivais de música e dos grandes shows, como os da cantora norte-americana Taylor Swift, em novembro, e o da banda britânica Coldplay, em março.
Tudo isso sem contar eventos já consolidados, como o Grande Prêmio de Fórmula 1, ou mesmo os congressos de negócios que ocorrem semanalmente em diversos espaços da metrópole.
Ano eleitoral
Se são indicadores que elevam São Paulo, portanto, à categoria de país, a agenda institucional também deve ser robusta.
Em um ano eleitoral, é preciso pensar em formas de fazer com que essas ações sigam crescendo.
Para isso, é fundamental que a burocracia estatal seja revista.
De forma a permitir que as empresas projetem e materializem o próprio desenvolvimento, a fim de gerar ainda mais emprego e renda.
Da mesma forma, quanto mais os serviços públicos forem eficientes, mais fácil será para cidadãos e empreendimentos contribuírem para o avanço desses números.
Essa é, em resumo, uma das prioridades da FecomercioSP, que promete continuar trabalhando para que essa agenda se torne realidade.