Capita diz que principal marca da prata do vôlei em Los Angeles foi o legado

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O treinador William Carvalho da Silva, o Capita, integrou a geração do vôlei masculino vice-campeã mundial e olímpica e tricampeã pan-americana, que abriu as portas do mundo para o vôlei brasileiro. No dia em que recebeu a medalha de prata, após derrota para os Estados Unidos, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984, a sensação foi de decepção. Mas ali, o vôlei brasileiro decolou. E quando o mundo vive os Jogos Olímpicos de Paris 2024, 40 anos após a prata brasileira na Long Beach Arena de Los Angeles, tem a certeza de que sua geração deixou o legado para o Brasil ser campeão.

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William, o Capita, que comanda o jovem time feminino da AA São Caetano – vai disputar o Paulista e a Superliga B -, levou sua medalha ao treino desta quinta-feira (25/7), no ginásio do Lauro Gomes, e as jogadoras cobiçaram. 

Ficou 18 anos na seleção e disputou quatro edições de Jogos Olímpicos – Montreal-1976 (7º), Moscou-1980 (5º), Los Angeles-1984 (2º) e Seul-1988 (4º). Era o levantador e o comandante de uma geração carismática que ganhou a primeira medalha olímpica da modalidade, entre dez seleções de dez países, e ainda hoje é conhecida pelo nome: William, Montanaro, Bernard, Renan, Xandó e Amauri, os donos da prata conquistada no dia 11 de agosto de 1984. O time, comandado por Bebeto de Freitas, tinha também Bernardinho, Badalhoca, Ruy, Marcus Vinícius, Domingos Maracanã e Fernandão. 

“Faz 40 anos e ainda me param na rua. Era uma seleção carismática, todo mundo lembra dos nomes, ficou muito marcada. Muito bacana quando a gente é reconhecido, parado na rua, ouve gritos da janela de carros, oi Capita, oi Capita… Todo mundo me chama de Capita, mesmo as meninas, eu gosto, é carinhoso.”

Sobre o que marcou a conquista, a primeira memória é da tristeza no pódio por ter perdido a medalha de ouro. “No pódio olímpico, o primeiro e o terceiro estão felizes e o segundo triste. Mas claro que na hora a gente não tinha a noção de quanto essa medalha olímpica foi importante e não só para o vôlei, para o esporte brasileiro”, comenta o Capita.

E logo emenda que o legado que deixou é o mais importante. “Conseguimos massificar o nosso esporte, o vôlei, que não era o segundo do País – e sim o basquete – e dessa quantidade de jogadores e jogadoras tirar a qualidade que temos hoje e todas as medalhas que vieram depois. A gente acertou, errou – em 1988 ainda era a minha geração e fizemos uma boa campanha, em quarto -, mas a geração seguinte, em Barcelona-1992 trouxe o ouro olímpico. Tudo, com muita visibilidade, mais patrocinadores e condições. O que marca mais a conquista é o legado.”

O vôlei feminino de São Caetano tem o patrocínio da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, da Apetece e do Colégio Arbos, para as categorias de base (sub-15 e sub-17).

Fotos: Osvaldo/Contrapé

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