Basf responsabilizada por exploração de 85 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Uruguaiana

In ABCD, Canto do Joca On
Adolescente resgatado era submetido a trabalho escravo em Uruguaiana. Foto: Divulgação/MPT

Joaquim Alessi

O Ministério do Trabalho e Emprego, sob o comando de Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo, concluiu, após investigação, que 85 trabalhadores foram resgatados de situação análoga à escravidão em lavouras de arroz em Uruguaiana, e que os mesmos foram explorados pela Basf, empresa que tem sede exatamente na cidade do ABCD.

A empresa deve, em primeiro lugar, depositar R$ 365,5 mil como verbas rescisórias para os agricultores.

A ação envolveu ainda os trabalhos da Polícia Federal e do Ministério Público do Trabalho e Emprego.

O site UOL publicou que “trabalhadores resgatados em duas fazendas de arroz no Rio Grande do Sul em condições análogas à escravidão costumavam desmaiar de fome e sede”, segundo o auditor fiscal do trabalho Vítor Ferreira.

“Sem condições de terminar a jornada, eles perdiam parte do salário”, revelou ainda o portal.

Entre os trabalhadores havia, pelo menos, 10 adolescentes.

Na quinta-feira (16.03), a Basf publicou comunicado à Imprensa em que lamenta o caso.

Leia o comunicado na íntegra:

“Comunicado de Imprensa BASF

‘COMUNICADO DE IMPRENSA 16/03/2023

‘ BASF está comprometida com o desenvolvimento sustentável ao longo da sua cadeia de valor, que tem como premissa o respeito e a proteção às pessoas, bem como a transparência na sua relação com a sociedade. A companhia condena veementemente práticas que desrespeitem os direitos humanos.

A empresa tomou conhecimento sobre o caso envolvendo as Fazendas São Joaquim e Santa Adelaide em Uruguaiana-RS e lamenta profundamente o ocorrido com os trabalhadores. A BASF informa que tem contrato com estas fazendas para a produção de sementes de arroz.

A empresa decidiu de maneira proativa procurar as autoridades para contribuir com a resolução do caso.

A BASF segue exigências de contratação de fornecedores e subcontratados que incluem, entre outras medidas, que as empresas contratadas estejam de acordo com a lei trabalhista e sejam rigorosas no respeito aos direitos humanos.

A empresa não medirá esforços para solucionar a situação, contribuir com as autoridades e atuar para assegurar condições adequadas de trabalho, segurança e bem-estar de trabalhadores terceirizados e subcontratados por todos seus prestadores de serviços.

A companhia atua no Brasil há mais de 110 anos e investe em inovação para o desenvolvimento das melhores práticas para a agricultura, meio ambiente e a sociedade. A BASF reitera o seu compromisso com a valorização, o respeito e a proteção às pessoas em sua cadeia produtiva.'”

Arroz vermelho

Segundo o portal Matinal, os trabalhadores atuavam na remoção de arroz vermelho – planta daninha encontrada em lavouras de arroz – e foram resgatados de duas propriedades em 10 de março.

Segundo o MTE, a Basf “detinha absoluto controle e gerenciamento sobre tudo o que acontecia na plantação, incluindo a capacitação e a utilização dos trabalhadores resgatados”.

O resgate ocorreu menos de duas semanas depois de revelada a exploração de mais de 200 safristas que trabalhavam em vinícolas da serra gaúcha.

Na sexta-feira, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o governo do RS assinaram acordo de cooperação para combater o trabalho escravo.

Segundo o governador Eduardo Leite (PSDB), o objetivo é, em conclusão, reforçar as ações de conscientização para evitar que se repitam casos semelhantes.

 

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