Joaquim Alessi
Programa Escola de Esportes – Futebol de Campo, da Prefeitura, tem, acima de tudo, 3,7 mil alunos, entre meninos e meninas
O desempenho inédito do Água Santa, finalista do Paulistão contra o Palmeiras, reflete, em primeiro lugar, nas escolas de futebol que a Prefeitura de Diadema mantém.
No campo do Piraporinha, um dos 11 locais onde esse serviço gratuito é oferecido, o número de crianças que procuram a Prefeitura para se matricular aumentou, por exemplo, em pelo menos 30%.
Como explica Aguinaldo da Silva Valentim, 64 anos e que há 20 atua no local treinando crianças, o entusiasmo com o time da cidade pode ser uma das explicações para o fenômeno.
“Passamos de cerca de 300 alunos, no começo de março, para perto de 400, agora. Temos recebido muitos garotos, de várias idades, meninos e meninas, muitos que nunca jogaram, mas sempre com muita vontade. Alguns frequentam os jogos do Água Santa”, afirma, em resumo, o professor.
Bola, Educação e Cidadania
O projeto de escolas de futebol da Secretaria de Esporte e Lazer – chamado Bola, Educação e Cidadania – já tem a participação de 3,7 mil crianças, de 7 a 16 anos, inclusive 50 meninas.
As aulas acontecem de manhã e tarde.
Segundo os responsáveis pelo projeto, desde a ida do Netuno para a fase de mata-mata do Paulistão, a procura passou de duas a três crianças por dia nas escolinhas para cinco a seis.
Aguinaldo explica que olheiros do Água Santa percorrem os campos em busca de talentos e que o próprio campo do Água Santa já revelou vários deles.
Um exemplo é Carlos Eduardo Aquino, 14 anos e que desde os 5 treina no campo do Piraporinha.
“Ele acabou de assinar com o Água Santa para jogar pela categoria sub-15 como atacante”, completa.
A aproximação entre a Prefeitura de Diadema e o Água Santa já revelou, por exemplo, diversos outros talentos da cidade.
Entre eles, por exemplo, Lelê, que joga no próprio time da cidade, Romário, do Santo André, Neilton, do Guarani, e Ruan, do Mirassol.
Arthur, de 8 anos, é um caso
Arthur Alves de Andrade, de 8 anos, é um dos alunos que passaram a frequentar a escola na onda de vitórias do Água Santa.
Seu pai, Josenaldo Alves Soares, explica que a possibilidade de colocar seu filho, que sempre amou futebol, como profissional no time da cidade pesou na decisão de inscrever Arthur na escolinha.
“O Água Santa, hoje, é uma vitrine do futebol, é uma porta aberta para essas crianças que têm talento, que querem ser jogadores profissionais. Os olhares estão sobre a nossa cidade”, afirma Josenaldo.
“Sempre foi um sonho meu ser jogador de futebol e, agora, ver meu filho ter essa vontade é muito bom”, completa.
Arthur parece acompanhar o entusiasmo do pai. O garoto, que acompanha os jogos do time de Diadema, deseja virar profissional.
“Os professores ensinam direitinho aqui. Quero continuar a treinar e virar jogador do Água Santa”, diz, em suma.
A posição, em conclusão, na qual deseja jogar? Atacante, é claro.