Celebração reuniu, por exemplo, centenas de pessoas na Vila do Doce com música, arte, feira de empreendedorismo LGBTQIAP+ e serviços de cidadania e direitos humanos
Ribeirão Pires reafirmou, acima de tudo, seu compromisso com os direitos humanos, a cidadania LGBTQIAP+ e o combate à discriminação com a realização do Festival Diversidade na Cidade 2025, neste sábado (05.07).
O evento, gratuito, promovido pela Prefeitura em parceria com a sociedade civil, movimentou, em primeiro lugar, o centro da cidade.
Foram, por exemplo, mais de oito horas de programação artística e cultural, feira de empreendedorismo LGBTQIAP+ e ações de conscientização.
A ação contou, além disso, com apoio do Grupo de Apoio a Diversidade (GAD), ONG Amalgamar e Casa Neon Cunha.
O ponto alto da noite foi o show do cantor WD – Washington Duarte, ex-The Voice Brasil, que emocionou o público com um repertório potente e vibrante no palco central da Vila do Doce.
“A arte tem esse poder de transformar, de acolher e de dar voz. Foi lindo cantar em um festival tão plural, com tanta representatividade e afeto no ar”, afirmou WD após a apresentação.
O evento também contou com apresentações da cantora Camila Nazareth, do espetáculo “A Criação”, de Benedictus Fructus, show de Alexya Manente e a performance envolvente do Coletivo Ballroom Ribeirão Pires Prettys.
Empreendedorismo
A Feira de Empreendedorismo LGBTQIAP+, novidade nesta edição, reuniu, da mesma forma, 12 marcas e 24 empreendedores locais.
Isso, fortalecendo, em suma, a economia solidária e dando visibilidade às produções da comunidade.
“Ribeirão Pires é uma cidade muito rica em economia solidária. Eles precisam de espaços como esse para trabalhar e sustentar suas famílias”, destacou, em resumo, Bruna Lemos, representante da sociedade civil e uma das organizadoras da feira.
Produtos criativos e sustentáveis marcaram presença nos estandes: acessórios da Casa Neon Cunha, tatuagens da Ilustra Tattoo, moda do Brechó Poesia, bijuterias afro da Oficina Okoto, joias da Deusa Prata e obras fotográficas de Benedictus Fructus, entre outros.
Direitos
A Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra também esteve presente.
Prestou orientações jurídicas gratuitas sobre direitos da população LGBTQIAP+.
“Somos procurados, na grande maioria das vezes, para tirar dúvidas sobre casos de agressões, costumeiramente em comércios, por exemplo. Destilam o preconceito com ódio, e querem sair impunes. Disque 100, registre BO, ajude a criar estatística. A comunidade LGBT tem poder de luta”, disse, em resumo, Ivandro Neves de Sousa, membro da Comissão.
Para o secretário de Assistência, Participação e Inclusão Social, Leonardo Biazi, o festival cumpriu seu papel social e cultural: “A edição deste ano reforçou a importância da autonomia econômica da população LGBTQIAP+, fortalecendo redes de apoio e dando visibilidade às produções locais. Com entrada gratuita, o Festival convidou toda a população a ocupar o centro da cidade com arte, respeito, alegria e inclusão.”
O público também aprovou a celebração. Guilherme Stiguiano, 23 anos, morador do Jardim Brasil, em São Paulo, chegou cedo e curtiu toda a programação. “Participei recentemente da Parada de São Paulo. Tenho amigos aqui do ABC que me chamaram para vir pra Ribeirão Pires e está tudo lindo. Um show”, relatou.
Censo
Durante o evento, o público também pode participar do Censo LGBTQIAP+, iniciativa organizada pela Rede Amalgamar junto ao Consórcio Intermunicipal do ABCD, que busca mapear as necessidades da comunidade para a formulação de políticas públicas mais eficazes.
O casal Lucas Bernardes e Felipe Alves foi, por exemplo, um dos que aderiram.
“Só acessar o QR Code e ajudar a construir políticas públicas para Ribeirão Pires e região. Graças a Deus não sofremos homofobia, mas entendemos a dor de cada um que já passou por isso”, comentou Lucas.
A fala de Diego Leonardo Tosta da Silva, 23 anos, morador da Quarta Divisão, reforçou a potência da representatividade e da autoaceitação: “Negro, deficiente e gay. Nada disso interfere na minha trajetória. Minha sexualidade é bem definida, minha cor não é barreira e a deficiência nunca me deu limites. Minha família está sempre comigo”, afirmou.
Instituído por lei municipal em 2019, o Festival Diversidade na Cidade já integra, portanto, o calendário oficial de ações culturais da Estância.
E consolida-se, acima de tudo, como um dos eventos mais representativos da agenda de inclusão social no ABCD.
Na sexta-feira, o município pintou, em conclusão, a Faixa da Diversidade, criada por lei municipal, com as cores do arco-íris, do movimento LGBTQIAP+.
