O Futuro da Black Friday: Como a evolução do consumo transformará a data mais aguardada pelo varejo em 10 anos

In Canto do Joca On
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A Black Friday, conhecida por impulsionar grandes volumes de venda com descontos agressivos, possui um impacto diferente do que quando foi introduzida no Brasil. Com consumidores cada vez mais críticos, informados e exigentes, o simples apelo do “preço baixo” tem perdido força. De acordo com um estudo do OpinionBox, que questionou “o que é mais importante para você durante a Black Friday?”,  pagar mais barato foi um fator determinante para 51% dos respondentes, com o frete grátis (41%) e grandes descontos (30%) logo atrás. 

Questões como oscilações de preço, práticas conhecidas como “Black Fraude” e desconfiança em relação à honestidade das ofertas levam muitos consumidores a repensar sua participação no evento. “A transformação necessária para a Black Friday do futuro está diretamente ligada ao comportamento do cliente e à era da experiência. As pessoas não querem apenas consumir, elas querem viver experiências significativas”, afirma Carine Bruxel, CEO da BlueBird, Think Tank especializada em futurismo, foresight e regenerative companies.

Mudança no comportamento do consumidor

Segundo estudo do OpinionBox, os novos consumidores (68%) realizam pesquisas antes de fechar um pedido, dando importância à opinião e avaliação de outros clientes. O estudo “Pulso Latam”, da consultoria BMC Innovation, reforça a ideia de que o consumidor contemporâneo está cada vez mais atento e criterioso, transformando o processo de compra em algo mais estratégico e menos impulsivo, para lidar com os orçamentos limitados. “Em um futuro próximo, a Black Friday precisará entregar mais que preço baixo. Será necessário gerar valor real, reforçar o propósito da marca e criar uma conexão com o cliente”, diz Carine.

Estamos vivendo na chamada “era da experiência”, em que a vivência se torna mais importante do que o próprio produto. De acordo com dados do CX Trends 2024, cerca de 65% dos respondentes consideram experiências personalizadas como algo que influenciam ou influenciaram muito as decisões de compra. Segundo Carine, “a diferenciação virá da capacidade de entender o cliente em um nível mais profundo e utilizar dados para criar momentos significativos, com a tecnologia sendo uma aliada fundamental”, observa a CEO. Mas, na prática, como isso acontece?

Para Carine, a Black Friday do futuro poderá ser personalizada para cada consumidor, oferecendo atendimentos com consultores especializados, personal shoppers virtuais e sugestões baseadas em preferências pessoais. “O foco será em uma experiência customizada, em que o histórico de compras e as preferências individuais moldarão uma data exclusiva para cada cliente. O pós-venda também se tornará estratégico, com suporte técnico prioritário, garantias estendidas e convites para eventos especiais, fortalecendo o vínculo e a confiança na marca”, complementa.

Além disso, Carine afirma que compras imersivas e interativas serão cada vez mais usadas, uma vez que tecnologias como realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) possibilitarão que os consumidores experimentem produtos de maneira imersiva, como se estivessem fisicamente na loja. Segundo estudo da Apple, ao questionarem sobre a recepção desse tipo de dispositivo no Brasil, cerca de 60% dos respondentes se dizem entusiasmados com a tecnologia. “O e-commerce está em expansão, e não irá desacelerar. A projeção que temos, é de que o aumento entre 2023 e 2027, seja de 20,2%, saindo de R$ 3,2 trilhões para R$ 3,8 trilhões. Com isso, marcas que possibilitarem explorar detalhes de produtos virtualmente irão transformar a compra em uma experiência memorável”, destaca.

Para manter os consumidores interessados, ao invés de descontos, a Black Friday poderá oferecer produtos em edições limitadas ou lançamentos antecipados para clientes VIP. “Ter acesso a itens antes do público geral ou adquirir mercadorias exclusivas criará um sentimento de privilégio, fortalecendo o vínculo com a marca”, explica Carine. Ela também afirma que “oferecer benefícios e experiências que agreguem valor real, como ingressos para eventos exclusivos, workshops com especialistas, mentorias personalizadas e spas, irão auxiliar no aumento da percepção de valor”. 

O avanço do metaverso possibilitará que marcas criem lojas virtuais personalizadas, onde o cliente poderá interagir em um ambiente digital sofisticado. “Isso será especialmente atraente para consumidores jovens, que procuram viver experiências ‘phygital’, combinando o físico e o digital”, observa a futurista. De acordo com pesquisa da Nice House, 60,9% dos jovens utilizam o Google para localizar produtos e ofertas, 21,4% utilizam o Instagram e 10,1% procuram no TikTok informações sobre produtos. 

Para Carine, a Black Friday do futuro será mais do que uma data de promoções; será uma plataforma para criar experiências sofisticadas e alinhadas aos valores dos consumidores. O uso de metodologias futuristas, como o foresight, processo que busca antecipar e planejar o futuro com base em estudos de cenários, tendências e dados atuais, permitirá que o varejo antecipe as transformações necessárias, garantindo relevância contínua e construindo relacionamentos duradouros com seus clientes.


Sobre a BlueBird

A BlueBird é uma consultoria e Think Tank especializada em futurismo, focada em preparar grandes empresas para os desafios e oportunidades das próximas décadas. Fundada em 2024 por Carine Bruxel, referência na área de tecnologia, a BlueBird utiliza métodos avançados de pesquisa e análise para desenhar cenários de 10, 20 e 30 anos à frente, ajudando organizações a navegar por novos formatos econômicos e tendências emergentes. Com foco em construir um futuro regenerativo e consciente, a BlueBird atua em áreas como strategic foresight, experiência do cliente, branding, cultura e inovação tecnológica. Comprometida com a ciência e a formação de equipes orientadas para o futuro, a BlueBird já nasce com o propósito de transformar incertezas em oportunidades de crescimento sustentável.

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