Iniciativa integra ações de desdobramento da visita dos dirigentes sindicais ao país asiático
Representantes da direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC publicaram uma nota técnica sobre a missão à China na 29ª Carta de Conjuntura (outubro de 2024) do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo, Inovação e Conjuntura da USCS – Universidade Municipal de São Caetano do Sul (CONJUSCS), sob a Direção da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, com o apoio do Centro de Inovação InovaUSCS para o desenvolvimento regional.
Durante o encontro de pesquisadores na sexta-feira (25.10), no campus da USCS, o diretor administrativo do Sindicato Wellington Messias Damasceno e o coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, apresentaram a nota técnica. Com o título “Relato da missão do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC à China: os desafios da neoindustrialização no Brasil”, o artigo dos dirigentes do SMABC relata a viagem da delegação formada por diretores sindicais e assessores dos Metalúrgicos do ABC à China, em março de 2024.
“Temos vivido um momento de retomada de políticas industriais no país. Com base nisso, estamos verificando as possibilidades de neoindustrialização para a região do ABC. O Sindicato está analisando quais práticas ligadas à neoindustrialização poderiam ser incorporadas no Brasil”, destacou Damasceno no encontro.
“Sabemos que a China, do ponto de vista tecnológico, tem um avanço superior ao dos americanos e europeus, práticas já conhecidas por nós. Por isso, houve a necessidade desta imersão. Precisamos ter uma parceria estratégica com os chineses; não podemos apenas vender commodities e receber produtos manufaturados”, prosseguiu.
Em visita às cidades de Beijing, Baoding, Zhengzhou, Jiangsu, Shanghai, Suzhou e Ningde (Fuzhou), a missão teve o objetivo de conhecer a transição das novas tecnologias de propulsão do setor automotivo, casos relacionados a setores de tecnologia, comunicação e finanças, bem como a política de formação profissional naquele país asiático.
Isso visa contribuir para as experiências que vêm sendo desenvolvidas na região do ABC Paulista, especialmente na categoria dos Metalúrgicos do ABC, para colocar em curso um processo de neoindustrialização no Brasil e na região.
“Nós conseguimos avançar a relação com a academia na pauta das políticas industriais e tecnologia. Além do movimento sindical, esta é uma cultura que também precisa ser fomentada pelas esferas governamentais e representações empresariais. A exemplo do que vimos na China, o debate entre essas quatro instâncias é fundamental para o futuro dos trabalhadores”, apontou Lourenço, que também é o diretor responsável pela Escola de Formação Integral “Dona Lindu”, localizada na Regional de Diadema do Sindicato.