Saboreei o primeiro mocotó da vida na esquina da rua João Basso com Marechal Deodoro, em São Bernardo. Jamais o sabor saiu do meu paladar.
Foi, em primeiro lugar, no balcão do Boteco do Zelão. Uma cachacinha “harmonizando” (à época nem imagina esse termo).
Depois de cobrir assembleia no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Coisa de uns 40 anos atrás.
Zelão cresceu além disso. Teve outra casa na Vergueiro. Depois o “palacete” na Jurubatuba. Com muitos outros pratos de sucesso. Mas a base sempre foi o caldo de mocotó.
Alma de Nordestino, de trabalhador, forjado na luta do dia a dia. Em torno do forno.
Devorei muitos caldinhos, ao lado de saudosos repórteres-fotográficos fantásticos, a exemplo de Reinaldo Martins, João Colovatti, Luciano Vicione (esse ainda entre nós) e outros.
Também em companhia de então líderes sindicais, que preferiam a cachaça com cambuci, a exemplo de Djalma Bom, Nélson Campanholo, Mané Anísio, Expedito Soares, Zé Ferreira, Lula e outros.
Zelão fez história. Teve muita vitória. E para vencer à base de mocotó tem de ter muito tutano.
Mas, infelizmente foi derrotado pela covid-19.
Em conclusão, vamos nos cuidar!