Jovens da Fundação CASA ressignificam olhar na exposição “Geografia das Ancestralidades” no Paço das Artes

In Canto do Joca On
Com intermediação do artista Jerona Ruyce, um dos expositores, adolescentes visitaram mostra na última sexta-feira
 
A importância de conhecer o passado, seus ancestrais e ressignificar a história, por meio de objetos e obras de arte, além do encontro inédito com o artista Jerona Ruyce. Assim foi a experiência que 15 adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em quatro centros da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) na Região Metropolitana de São Paulo, interior e litoral, tiveram na última sexta-feira (28/06) ao visitar a exposição coletiva “Geografia das Ancestralidades”, em cartaz no Paço das Artes, em São Paulo.
No grupo, estiveram jovens dos CASAs Guarulhos; Sorocaba II, de Sorocaba; Laranjeiras, de Mogi Mirim; e Peruíbe, do litoral paulista. O Paço das Artes é uma instituição que pertence à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
Por cerca de uma hora e meia, os jovens se aprofundaram nas narrativas artísticas que possuem como base os levantamentos biográficos dos 11 artistas envolvidos, que vivem em diferentes regiões do Brasil. A exposição, com curadoria de Renata Felinto, traz nas obras aspectos da ancestralidade afrodiaspórica, com elementos das artes visuais de 1960 até à contemporaneidade.
“Quando soubemos da visita, já ficamos na expectativa de saber o que iríamos ver. Ao chegar aqui, vimos todas as imagens e artes e tirei as minhas próprias conclusões (no primeiro momento). Depois, o artista explicou seu ponto de vista e abriu a nossa visão”, afirmou o jovem Fábio (nome fictício), de 18 anos, do CASA Sorocaba II, de Sorocaba. “A arte me mostrou outros tipos de ângulos e visões, pois tudo o que vimos não é exatamente como é.”
Durante a abordagem com os adolescentes, o artista Jerona Ruyce destacou a importância da valorização da ancestralidade, inclusive como meio de condução para o futuro. “A exposição traz esta mensagem também: de que nos esquecemos da nossa herança, da nossa ancestralidade, mas quando a buscamos nos processos de criar, nos conectamos com ela”, afirmou.
Ruyce ainda salientou a importância de os jovens em internação frequentarem espaços públicos que ofereçam acesso à cultura e à arte, mesmo ainda internados. “Tenho uma alegria enorme em vê-los no Paço das Artes e conduzi-los pela exposição, porque, mesmo ainda dentro de uma medida socioeducativa, estão tendo a vivência real de que existe um lugar além da periferia e da Fundação CASA, que é o espaço de arte, tão necessário para nossa vida coletiva e intelectual. Eles saem daqui mudados, refletindo um pouco mais sobre as suas realidades”, avaliou o artista.
Para a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, a experiência traz impactos positivos para os adolescentes. “O acesso à cultura é um direito que os jovens também possuem e que, com o apoio de parceiros como o Paço das Artes, conseguimos viabilizar o contato com um universo distinto e profundo para eles”, pontuou.
A “Geografia das Ancestralidades” é uma exposição coletiva que promove reconexões, utilizando memórias compartilhadas, conscientes e inconscientes, além de promover o diálogo entre estilos e processos criativos experimentais.

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