Joaquim Alessi
Para os já apreciadores dessa uva alsaciana e alemã, oportunidade imperdível, acima de tudo.
Neste 25 de março acontece na Enocultura, portanto, a primeira feira no Brasil dedicada à uva Riesling.
Vinte e quatro rótulos de vinho, em primeiro lugar feito com a cepa, entre alemães alsacianos e neozelandês, de produtores aclamados.
Tais como Pfaffmann Bioweingut, Schloss Lieser, Wittmann, Becker Landgraf, Domdechant Werner, Robert Wein, Dr. Loosen, Domaine Binner, Domaine Bott- Geyl, Domaine Rominger, Bianca e Daniel Schmitt, Wachenheimer Rechbächel, Vollenweider, Wolfer Goldgrube, Weingut Thörle, Materne & Schimitt, Koehler- Ruprecht, Domaine Zusslin e Rippon. Rieslings das regiões de Mosel, Rheinhessen, Rheinghau e Pfalz, Vinhos da VDP – Gutswein, Orstwein, Erste Lage (Premoee Cru) e Grosses Gewächs ( Grand Cru).
Importadores participantes: Belle Cave, Decanter, Premium, Weinkeller, Wines4U, Tanyno, Wine Brands, Inovini, Delacroix, Domínio Cassis e Mistral.
Quando: 25 de março, das 18 às 21h Onde: Enocultura, Al. Lorena, 150- Jardins
Valor: R$ 150,00, inclui a degustação de todos os rótulos Numero de Vagas: 70
Inscrições: https://www.enocultura.com.br/produto/weikeller-dia-do-riesling/
Mais informações sobre essa uva
Especialistas consideram-na como a principal uva branca do universo enológico.
A Riesling tem uma história longa, tempos mais antigos.
Os primeiros registros históricos que documentam a existência da variedade são do século XV, mais precisamente de 1435.
Inventário de um armazém foi localizado na pequena cidade alemã de Rüsselsheim, onde existia uma tal uva chamada Rießlingen.
A existência da cepa ainda consta em diversos outros documentos da época, mas somente em 1552 surge o termo utilizado até os dias atuais: Riesling.
Há quem defenda uma outra versão: a de que a Riesling já era cultivada pelos romanos nas proximidades dos vales dos rios Mosel e Reno, na Alsácia e na Alemanha, respectivamente.
Para se ter uma ideia, hoje em dia estima-se que a metade das uvas Riesling cultivadas em todo o mundo esteja em terras alemãs, onde há plantações de norte a sul.
Ainda que a Alemanha seja, por exemplo, o principal país produtor da casta, a Riesling também é cultivada no leste da França e na Áustria.
Além disso, vem ganhando cada vez mais espaço em países como Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá.
Mas, atenção a um detalhe importante: não confunda a uva Riesling com o Riesling Itálico. As variedades são distintas!
Vinhos de Uva Riesling têm complexidade de aromas
Independente da origem e do local do cultivo, o fato é que as uvas da variedade Riesling são capazes de originar desde bons vinhos secos até os exemplares doces.
A maior parte deles tem grande potencial de guarda e envelhecimento, além de complexidade bem típica da Riesling, que costuma representar de maneira fiel o terroir do cultivo.
Os rótulos da Riesling costumam ter aromas finos, elegantes, intensos e alta acidez, além de sabor fresco e níveis alcoólicos relativamente mais baixos.
No passado, havia um mito de que os vinhos produzidos a partir da Riesling não eram de boa qualidade.
Isso ocorreu por conta de alguns erros cometidos durante o processo de elaboração do vinho, principalmente por parte dos produtores alemães.
Com o passar dos anos, porém, os métodos se aprimoraram, e a Riesling passou a ser reconhecida por seu potencial e pela elegância, e também por dar vida a vinhos inconfundíveis, com aromas marcantes.
Resistente a invernos mais rigorosos
As vinhas da Riesling exibem madeiras bem firmes e duras, fazendo com que a casta seja bastante resistente aos invernos mais rigorosos de locais como o norte da Alemanha.
A casta não apenas é mais resistente ao clima frio, como também se desenvolve melhor nestes casos, porque seu processo de maturação, que deve ser lento e gradual, é prolongado.
É justamente o longo período de maturação que contribui para a concentração de aromas deste tipo de uva.
A Riesling até se adapta a regiões mais quentes, mas o problema é que as uvas amadurecem muito mais rápido, perdendo o potencial aromático.
Considerada uma variedade completa, com grande potencial a ser explorado, a Riesling não costuma ser incluída em blends.
A medida dá-se a fim de que sua complexidade e elegância não se percam.
Além disso, os alemães também têm mais tradição na elaboração de vinhos varietais.
Harmonizações com vinhos Riesling
Os vinhos feitos a partir da Riesling têm coloração amarela, eventualmente em tons desbotados ou até mais esverdeados.
Em geral, as bebidas têm teor de acidez ligeiramente mais alto que os outros vinhos, e trazem aromas que remetem a frutas, como pêssego e maçã.
À medida em que os vinhos vão amadurecendo, os aromas frutados saem de cena para dar espaço às notas minerais.
Por conta da acidez bem marcante nos vinhos Riesling, os exemplares secos ou meio-secos desta casta podem ser bons acompanhamentos para pratos mais untuosos.
Isso porque ajudam a “limpar” a gordura no paladar.
Entre os preparos indicados para ir à mesa com um bom Riesling, estão eisbein, o famoso joelho de porco preparado ao modo alemão, peixe frito, moules et frites (mexilhões preparados ao estilo belga/francês), lula à dorê e outros frutos do mar, aves em diferentes preparos, queijos salgados (como gorgonzola), embutidos, como presuntos e salames.
Já os exemplares de perfil mais doce podem ser apreciados sozinhos, em conclusão, como aperitivo, ou acompanhar sobremesas com gostinho mais cítrico, como, cheesecakes, strudel com recheio de maçã, panna cotta e mousses de limão ou maracujá, por exemplo.