Montagem do Coletivo Sementes reflete sobre as consequências da violência contra a população periférica e narra o drama de uma família que tem seu filho assassinado em ação policial durante manifestação pacífica
SOMOS SEMENTES! O Coletivo Sementes, formado em 2017 por jovens artistas migrantes de diversas regiões do Estado de São Paulo e do País, é movido, em primeiro lugar, pelo desejo de fazer teatro e de pesquisar, refletir e denunciar o genocídio e as condições de vida da população periférica, pobre, preta e indígena.
O espetáculo chega agora, portanto, ao Centro Cultural São Paulo, integrando a Mostra Lizette Negreiros de Teatro Infantil e Jovem 2023.
“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”, diz, em resumo, a professora e filosofa americana Angela Davis.
Nenhuma outra frase consegue, acima de tudo, resumir tão bem o que foi a existência de Lizette Negreiros para o teatro infantil e jovem – não só para o Estado de São Paulo, mas para todo o Brasil.
Participou de diversos espetáculos, além de contribuir significativamente, por exemplo, com a teledramaturgia e cinematografia brasileira.
Foi também, além disso, uma grande batalhadora para que as cortinas do proscênio se abrissem, de fato, para o teatro infantil.
A infância no mesmo lugar, no mesmo palco, de igual para igual, portanto, com o teatro adulto.
Para mais informações sobre a mostra, em conclusão, acesse: https://centrocultural.sp.gov.br/mostra-lizette-negreiros-de-arte-infantil-e-jovem/
Enredo
Querem nos Enterrar, mas Somos Sementes! narra, em resumo, o drama de uma família que tem seu filho assassinado numa ação policial durante uma manifestação pacífica.
Enquanto a filha, que estava em busca de seu sonho de ser modelo internacional, é enganada e traficada para outro país e obrigada a se prostituir.
Pai e mãe angustiados procuram as ossadas do filho para que possam dar a ele, em suma, um enterro digno, sem saber ao certo o destino da filha.
O espetáculo, feito por jovens e para jovens, visibiliza, por exemplo, as dificuldades de se viver com medo, em estado de guerra e traz para o centro da discussão a maneira como a nossa juventude vem sendo afetada pela violência do Estado e como as suas mortes atingem a vida das famílias que ficam.
Esse projeto celebra, da mesma forma, os 5 anos do Coletivo Sementes e sua história de ações voltadas à juventude periférica.
As ações do projeto buscam fomentar, em suma, espaços de reflexões, problematizações sobre as condições em que vivemos assim como a emancipação da juventude negra, pobre e periférica como cidadãos de sua cidade, donos de sua história e agentes transformadores de suas realidades.
Prêmio Zé Renato
Contemplado com a 15° Edição do Prêmio Zé Renato, o espetáculo Querem nos Enterrar, mas Somos Sementes! tem direção de Camila Andrade.
A dramaturgia é de Alexandre Rosa e Coletivo Sementes.
Além da circulação pelo Prémio Zé Renato o coletivo está circulando com o espetáculo de narração de histórias inédito “O que em mim ficou – histórias de Vô e de Vó” voltado para o público infantil e família.
E está, da mesma forma, em processo de criação do projeto “Beco Itororó“, contemplado no PROAC 47/2022 Artistas Iniciantes.
A obra, que estreou em 2017, foi livremente inspirada na obra “A Palavra Progresso na Boca de Minha Mãe Soava Terrivelmente Falsa” de Matéi Visniec.
Além disso, em pesquisas do grupo sobre os Crimes de maio de 2006 e o Movimento Independente Mães de Maio.
Querem nos Enterrar, mas Somos Sementes!
Direção: Camila Andrade
Elenco: Julieta Guimarães, Gleicy Siqueira, João Prado, Kinda Marques, Leo Braga, Luana Suzan, Rudá Oliveira, Tatah Cardozo, Thiely Volga e Yago Medeiros
Dramaturgia: Coletivo Sementes e Alexandre Rosa
Musicista: Luiza Akimoto
Duração: 70 minutos
Classificação: 12 anos
Data: 27, 28 e 29 de outubro, às 18h
Local: Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade
Gratuito – retirada de ingressos no local
Ficha Técnica:
Direção: Camila Andrade
Elenco: Julieta Guimarães, Gleicy Siqueira, João Prado, Kinda Marques, Leo Btraga, Luana Suzan, Rudá Oliveira, Tatah Cardozo, Thiely Volga e Yago Medeiros
Dramaturgia: Coletivo Sementes e Alexandre Rosa
Iluminação e operadora de luz: Camila Andrade
Operadora de som e musicista: Luiza Akimoto
Figurino: Thaís Dias
Cenografia: Jorge Peloso
Preparadora de voz e canto: Bel Borges
Produção Geral do Projeto
Direção de produção: Associação Cultural Corpo Rastreado
Gestão do projeto – núcleo artístico: Camila Andrade, Julieta Guimarães, Linda Marques, Leo Braga, Thiely Volga e Yago Medeiros
Assessoria de imprensa: Flavia Fusco Comunicação
Designer Gráfico: João Prado
Sobre o Coletivo Sementes
O Coletivo Sementes é formado por jovens artistas migrantes de diversas regiões do Estado de São Paulo e do País, sendo hoje trabalhadoras e trabalhadores da cultura da cidade de São Paulo.
Idealizamos e fundamos o coletivo em 2017, movidos pelo desejo de fazer teatro e de pesquisar, refletir e denunciar o genocídio e as condições de vida da população periférica, pobre, preta e indígena que acontece sistematicamente em nosso país.
Durante a nossa trajetória, fomos contemplados com o Programa VAI – modalidade 1 – 2019 com o projeto Querem nos Enterrar, mas Somos Sementes!, e com o Programa VAI – modalidade 2 – 2020, logo em seguida, com o “Projeto Raízes – Não se esqueça: Corta uma que aparecem mais duas cabeças!”.
A contemplação nestes editais, além de facilitar que nossos trabalhos alcançassem públicos que não nos conheciam, possibilitaram o aprofundamento da pesquisa e fomentaram o crescimento do coletivo e também o amadurecimento individual de cada integrante do grupo.
Acreditamos no poder transformador do teatro e seguimos criando obras que refletem nosso tempo, lutando por justiça e igualdade social.
Redes Sociais
Instagram: @coletivo.sementes
Youtube Coletivo Sementes
https://www.youtube.com/@coletivosementes
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