Exposição de estudantes da Sodiprom debate o futuro do povo negro para além do racismo e chama a atenção da Prefeitura
A SODIPROM, associação cujo programa de socioaprendizagem prepara para o mercado de trabalho jovens de 15 a 22 anos, de todo o ABCD e até de São Paulo, dedicou julho a discutir temas relacionados às Diversidades.
Uma das turmas, com cerca de 30 estudantes que estão deixando a instituição (por já terem cumprido o plano de aulas e o contrato de trabalho com alguma empresa, que também é acompanhado pela entidade), se aprofundou em um dos temas.
A partir da montou exposição temática com o nome de “Quilombo Afrofuturista”.
Ela traz uma reflexão sobre o passado e o futuro da população preta para além da violência do racismo.
“Falar sobre futuro é falar da comunidade negra viva,” explicou, em resumo, Fhelipe Chrisostomo, professor de Artes Cênicas e o educador responsável pela exposição.
“E o Afrofuturismo traz essa reflexão sobre futuros possíveis, trazendo como referência a literatura, as artes visuais, o cinema, a música, a militância e até imagens geradas por inteligência artificial. O filme Pantera Negra, por exemplo, foi uma grande referência para todos eles por ter realmente modificado o olhar da indústria sobre a questão de filmes que abordam a negritude, sobre pessoas negras dentro do cinema etc. Foi um marco”, afirmou, além disso.
Para toda a cidade
A coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CREPPIR) Márcia Damaceno, visitou a exposição.
Ela afirmou, por exemplo, que a iniciativa do professor e da turma é tão boa que merece ser levada a toda a cidade.
Talvez até mesmo como parte da Kizomba – Festa da Raça, celebração da cultura negra que ocorre em novembro.
“A vice-prefeita, Patty Ferreira, conheceu a exposição e ficou encantada. E realmente, essa discussão do afrofuturismo dialoga diretamente com nosso Plano Municipal da Igualdade Racial e não só pode como deve se discutido o ano inteiro”, disse, em suma.
A exposição apresentava artesanato, cartazes, desenhos, vídeos, grafites, colagens, frases e até um retrato de Angela Davis, uma verdadeira Pantera Negra e grande filósofa da luta do povo preto.
Portal do Futuro
“Além de todo o trabalho construído a partir das referências, a exposição também conta com o que chamamos de Portal do Futuro, onde cada aluno que passou por aqui e se identifica como pardo ou preto deixou registrado os seus sonhos de futuro,” apontou Fhelipe.
Tanto o professor quanto os alunos foram convidados a participar das reuniões de organização da Kizomba.
Isso para, acima de tudo, ajudar a prefeitura a transportar essa reflexão a toda a população de Diadema.
Após a visita à exposição, a coordenadora Márcia Damaceno pôde conversar com cerca de 100 jovens da SODIPROM, de diversas turmas e idades.
Márcia se apresentou, apresentou a coordenadoria e os serviços da CREPPIR, como a interlocução com as secretarias.
Tudo isso para a aplicação do Plano e o recebimento de denúncias de racismo.
Sobre o racismo, Márcia expôs suas várias vertentes e a necessidade de políticas públicas para combatê-las. Por fim, falou sobre a Kizomba e reforçou o convite à Sodiprom.
“É preciso que a juventude não apenas participe desses eventos, mas que vocês realmente se interessem e dêem a sua opinião”, disse.
E concluiu: “É assim que vamos mudar Diadema e o mundo. Axé!”