Exaltação
Carolina Maria de Jesus
Adias do Nascimento
Foto: Célio Azevedo
Sexta-feira, 13 de maio de 2005
Subcomissão da Igualdade Racial
Na mesa:
Abdias do Nascimento, Ex-Senador da República
Pauta: audiência pública com a finalidade de discutir formas de eliminação do preconceito racial e discriminação, com a participação de políticos, artistas, esportistas e ativistas do movimento negro, o jogador Edinaldo Batista Libanio (Grafite) receberá Moção de Solidariedade e Apoio.
Local: Plenário do Senado.Abdias do Nascimento é outra figura importante na luta antirracista que aniversaria neste 14 de março. Nascido também em 1914, foi ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos. Foi deputado federal de 1983 a 1986 e senador da República de 1991 a 1992 e de 1997 a 1999. Neto de duas mulheres que foram escravizadas nos tempos do Brasil Império, Abdias sempre criticou o processo de abolição feito no país, que deu liberdade aos escravizados sem garantir condições mínimas de sobrevivência.
“Uma das diversas falas do Abdias foi no sentido de conscientizar as pessoas em relação à verdadeira história da formação da sociedade brasileira”, citou Marcia. “Ele sempre explicou que os primeiros africanos e africanas que vieram forçadamente para o Brasil em nenhum momento aceitaram a situação de serem escravizados”, pontuou. “Ao contrário, a nossa história é marcada pela resistência ao escravismo, por lutas e organização para construção de outra forma de convivência entre quilombolas, indígenas, negros e brancos pobres”, concluiu a coordenadora.
Marcia pondera que se atualmente existe a Política de Promoção da Igualdade Racial, essa construção se deve à insistência e à luta de pessoas como Abdias. “Quando esteve no Congresso, ele apresentou projetos para que o Estado Brasileiro desenvolvesse políticas de reparação para compensar a discriminação historicamente sofrida pelos descendentes de africanos neste País”, detalhou.
Marielle Franco
A morte brutal de Marielle Franco ocorreu em 14 de maio de 2018. Mulher negra, bissexual, socióloga, a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro na eleição de 2016, Marielle acumulou experiência atuando pela conscientização da população periférica da cidade, especialmente os mais jovens, sobre as situações de injustiça, violência e sobre o genocídio vivenciada pela juventude preta, denunciado o racismo institucional praticado pelas instituições.
“Por conta da sua militância e do seu ativismo, especialmente contra as milícias que dominam as comunidades do Rio de Janeiro, Marielle foi assassinada de maneira brutal, em um crime que até hoje, cinco anos depois, ainda não foi solucionado”, declarou Marcia. “Hoje, um dos principais motes dos movimentos negros organizados é cobrar justiça por Marielle e Anderson, além de manter viva a memória de todas as pessoas que lutaram e deram sua vida pelo fim do racismo e da desigualdade no Brasil”, disse, em conclusão.