O relógio do Sr. Octávio no meio da praça – História com São Paulo

In ABCD, Canto do Joca On
Relógio De Nichile, na Praça Antônio Prado, Centro de Capital de São Paulo

Joaquim Alessi

Conheci e trabalhei com o homem que tinha um relógio no meio da praça e inovou na publicidade.

Pode parecer estória de maluco, mas é História real.

Não via a hora de contar essa passagem com o Sr. Octávio De Nichile.

Dos 15 aos 18 anos, gerenciava a HJ Contabilidade, do meu saudoso cunhado Hélio Horta, em sociedade com o José Armando, de São José dos Campos.

Entre as dezenas, mais de uma centena, de empresas colocadas aos meus cuidados, uma chamava particularmente a atenção: De Nichile Publicidade.

Minha função era emitir, à mão, a nota fiscal todo mês, com suas três vias, duas em papel carbono, e datilografar, isso mesmo, datilografar a guia do ISS (Imposto Sobre Serviços) a ser recolhido à Prefeitura de São Paulo.

E quais eram os serviços prestados pela De Nichile?

Simples, o senhor Octávio herdara do pai um inovador relógio instalado desde 5 de abril de 1935, na Praça Antônio Prado, Centro da Capital Paulista.

O relógio ficava no alto de uma imponente coluna clássica, e entre ela e ele havia placas de publicidade.

Recordo que uma das anunciantes era a então famosa Botica Ao Veado D’Ouro.

Ao longo dos anos, o escritório mudou várias vezes de endereço. Primeiro na Vila Maria, em uma sala do depósito de areia César Toscano. Depois, mais chique, na rua Tabapuã, em prédio novinho no Itaim Bibi (uma sala linda). Na sequência, Avenida Jabaquara, quase esquina com a Rua Luís Góis. E quando a grana não dava mais para suportar o aluguel, o porão da casa dos meus pais, na rua Protocolo, quase esquina com Estrada das Lágrimas, em São João Clímaco, periferia do Ipiranga.

Em todos esses endereços, mês a mês, o Sr. Octávio ia até a gente. Guardávamos cuidadosamente seu talão de Notas Fiscais, as quais preenchíamos rigorosamente dentro da lei a cada 30 dias, e entregávamos a Guia do ISS para o recolhimento.

No Jabaquara, ficávamos muito perto dele, que morava próximo à Praça da Árvore. Um pulinho, ou voo, fosse um passarinho.

A Rua Protocolo era mais distante, mas ele, todo mês, pegava o ônibus e ia até lá, protocolarmente, cumprir seu dever de empresário responsável.

Nessa época, eu já cursava o primeiro ano de Jornalismo. Era 1976, eu com 17 anos de idade, e muitas vezes chegava de madrugada em casa. E ele, logo às 8h, estava no portão, esperando para eu abrir a porta do porão, que ficava na parte de frente da casa, e providenciar seus documentos.

Não se importava em esperar, e me falava: “Jovem é assim mesmo, precisa dormir um pouco mais, pois quando a gente fica velho tem mania de acordar cedo…”

Mas, eu entregava tudo na hora exata, a hora marcada pelo Relógio hoje tomado da Praça Antônio Prado.

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