Resultado é reflexo de trabalho preventivo realizado durante todo o ano pelos profissionais da saúde. Participação da população para combater vetor transmissor da doença é fundamental
Os casos confirmados de dengue em Diadema diminuíram de 2022 em comparação ao ano de 2021, com queda no número tanto de casos autóctones quanto os casos importados. Também houve redução no número de casos notificados.
Segundo dados parciais do setor de Epidemiologia e Controle de Doenças (ECD), da Vigilância em Saúde do município, até dezembro de 2022, foram 496 casos suspeitos notificados. Em 2021, foram 625, uma redução de quase 21%.
Já em relação aos casos confirmados a queda foi ainda maior: quase 67%, uma vez que durante todo 2022 foram confirmados 185 casos de dengue em residentes da cidade, sendo 144 autóctones e 41 casos importados de outras localidades; e, em 2021, foram 554 casos, sendo 305 autóctones e 249 importados.
Segundo a secretária municipal da Saúde, Dra Rejane Calixto, além das ações de rotina realizadas pelas equipes de saúde, o sucesso desses números tem relação direta com os investimentos que a gestão realizou como a aquisição de cinco mil telas para caixas d’água, como medida emergencial, para instalação em moradias da cidade que estejam sem a tampa de seus reservatórios ou com ela danificada, o que representa um ambiente favorável para o criadouro do mosquito Aedes aegypti. Funciona assim: encontrar situação de reservatório sem tampa, com tampa quebrada ou rachada, o profissional da saúde fixa a capa ou, na impossibilidade, fornece ao morador para que ele regularize a situação. A instalação prioriza os locais onde já há ocorrência de casos ou onde há grande risco de dengue, além de vulnerabilidade social.
“A dengue é uma doença sazonal e durante o calor do verão, o mosquito Aedes aegypti se reproduz mais rapidamente, por isso, inspira cuidados, já que é uma perigosa e, em alguns casos, pode levar à morte. A melhor forma de combatê-la é investindo na prevenção. E é isso que temos feito. A colocação das toucas nas caixas d’água vem complementar todo um trabalho ainda maior de combate às arboviroses desenvolvido rotineiramente ao longo dos meses pelas equipes de saúde. O resultado já mostra que estamos no caminho certo e esperamos que a população continue fazendo sua parte e nos ajudando a vencer esse desafio”, afirmou a secretária da saúde.
A SMS também promoveu em 2022 ciclos de capacitações sobre manejo clínico da dengue para médicos e enfermeiros da rede municipal. A temática também faz parte das atividades do Programa Saúde na Escola, realizadas pela Saúde em parceria com a Secretaria de Educação.
A médica veterinária Nanci do Carmo, responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Diadema lembra ainda outra ação recente da gestão. “O trabalho do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) passou por uma reestruturação em 2022. Os Agentes de Vigilância em Saúde (AVS) foram realocados para as Unidades Básicas de Saúde e cadastrados em uma equipe de Saúde da Família (ESF) com o objetivo de ampliar o trabalho conjunto e articulado entre agentes de endemias, agentes de vigilância em saúde com os agentes comunitários”.
Segundo a profissional, essa estratégia vem de encontro com a necessidade do município, levando em consideração a Portaria nº 2436, de 21 de setembro de 2017, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica e estabelece a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica. O documento prevê a integração do Agente Comunitário de Saúde (ACS) com o AVS, tendo como pressuposto de que Atenção Básica e Vigilância em Saúde devem se unir para a adequada identificação de problemas de saúde nos territórios e o planejamento de estratégias de intervenção clínica e sanitária mais efetivas e eficazes.
Ações permanentes
A organização e o processo de trabalho das ações e serviços de controle das arboviroses devem contemplar e estar orientados pelas diretrizes técnicas do Plano de Contingência no Controle das Arboviroses, coordenado pela área de Vigilância em Saúde/Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e precisam ser executados de forma dinâmica e contínua para que tenham um resultado efetivo. No município, assim que casos suspeitos ou confirmados de Dengue, Chikungunya ou Zika são notificados, a equipe de agentes de vigilância em saúde inicia a busca ativa no local, para acompanhamento, busca de possíveis focos e novos casos, e bloqueio nas proximidades do local onde foram identificados. Em alguns casos, faz-se necessária a utilização de medidas de controle, como nebulização para a eliminação de formas adultas do Aedes e bloqueio para eliminação de focos de larvas.
Mariza Luciana Fidélis da Silva, supervisora do Controle a Dengue no CCZ Diadema, explica que durante todo o ano são realizadas vistorias casa-a-casa, pontos estratégicos e imóveis especiais para identificação e eliminação de focos e/ou criadouros do mosquito Aedes Aegypti e Aedes Albopictus, buscando a diminuição de casos de Dengue, Zika e Chikungunya.
“Durante as visitas domiciliares, as equipes abordam diversos aspectos sobre a saúde da família, incluindo a vistoria para identificação e eliminação dos pontos de água parada e outros focos de reprodução do mosquito. Já a equipe de Agentes de Controle de Endemias (ACE) realiza essas vistorias periódicas e orientações em comércios dos territórios, bem como a vigilância em locais de maior risco, como ferro velho, reciclagens, grandes empresas, entre outros”.
A vigilância ainda se mantém ativa durante todo o ano, realizando quatro pesquisas anuais de Avaliação de Densidade Larvária (ADL) para o Ministério da Saúde. O trabalho acontece a cada três meses e, na ocasião, os agentes de controle de endemias visitam determinados imóveis por toda cidade, verificando a presença e quantidade de larvas encontradas e identificadas, para se determinar o grau de infestação no município. Em outubro de 2022, por exemplo, a média geral foi zero (o ideal é chegar próximo ou igual a esse número).
Ações educativas também têm destaque e são desenvolvidas pelas equipes de Controle de Endemias, em parceria com a Comunicação, por meio de distribuição de folhetos educativos e conteúdo nos canais oficiais da Prefeitura. Os agentes de endemias realizam ainda abordagens pessoais e rodas de conversa em locais de grande circulação popular, além de apresentações teatrais em escolas, direcionadas ao público infantil.
Além disto, entre os dias 23 e 25 de novembro, Diadema intensificou as ações educativas durante a Semana Estadual de Combate ao mosquito Aedes aegypti com distribuição de material informativo, ação no Sítio do Caqui e teatro infantil em escola municipal. O trabalho acontece anualmente em novembro e tem como intuito antecipar as ações frente ao período de maior incidência da doença, registrado no início de cada ano. Mais informações em https://portal.diadema.sp.gov.br/ccz-diadema-apresenta-peca-todos-contra-a-dengue/.
População deve ajudar
A visita casa a casa e a vistoria a locais estratégicos são fundamentais para sensibilizar a população, auxiliar na prevenção de possíveis criadouros e monitorar áreas com potencial risco de proliferação do Aedes aegypti. A SMS alerta os munícipes sobre a importância de receber os agentes comunitários de saúde e os agentes de endemias em suas casas. Eles devem estar uniformizados, com crachá de identificação e, em hipótese nenhuma, há cobrança pelo serviço realizado. Caso tenha dúvida, o morador pode ligar na Unidade Básica de Saúde de referência (UBS) ou no próprio Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
A população também pode e deve ajudar, fazendo sua parte dentro e fora de casa, adotando medidas de controle simples, mas de muita eficácia, como: tampar bem as caixas d’água, guardar garrafas e latas vazias de cabeça para baixo, eliminar pratinhos dos vasos de plantas, manter ralos limpos, vedados e com tela, limpar calhas, guardar pneus em local coberto, lavar e escovar, semanalmente, a vasilha de água do animal de estimação e fechar bem lixeiras e sacos de lixo.
Já para denunciar locais com água parada e que podem ser potenciais criadouros do mosquito da dengue, o morador pode ligar diretamente no CCZ Diadema ou informar a Ouvidoria da Saúde pelo telefone: 0800-7713055 ou e-mail: ouvidoriadasaude@diadema.sp.gov.br.
Também converse com amigos, vizinhos e colegas de trabalho sobre as maneiras de prevenção e controle da doença, afinal, combater o mosquito é dever de todos e com esse esforço coletivo vamos ajudar na conscientização.
Pacientes com sintomas de dengue (como febre alta, dores musculares intensa e contínua, dor ao movimentar os olhos, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo), devem procurar acolhimento na Unidade Básica de Saúde de referência. Confira os telefones em http://www.diadema.sp.gov.br/enderecos/324-contato/ubs.