Brasileiro decora mais de 10 mil dígitos e bate recorde: boa memória está ligada a alta inteligência?

In ABCD, Canto do Joca On
Dr. Fabiano de Abreu (Arquivo Pessoal)

O estudante eletrotécnica de 17 anos que vive em Minas Gerais, Maike Antony dos Santos Silva entrou para o Guinness Book após conseguir memorizar mais 10 mil dígitos do número de Euler (Número matemático semelhante ao Pi, com infinitas casas decimais) em 2 horas e 20 minutos.

Essa capacidade de memorização fora do comum pode fazer com que diversas pessoas o considerem um gênio, uma pessoa com muita inteligência, no entanto, apenas a memória não implica em uma personalidade inteligente.

Apesar de existir uma relação da inteligência com a capacidade de memorização devido à maior eficiência das sinapses, existem diversos outros fatores que colaboram para a inteligência de um indivíduo.

Segundo o Pós PhD neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela, especialista em estudos sobre a inteligência humana e responsável pelo descobrimento da inteligência DWRI (Inteligência Global), pessoas de alto QI possuem maior capacidade de memorização em assuntos que lhe despertam interesse.

“Nós não podemos afirmar que o recorde atingido pelo garoto é prova de alta inteligência, só podemos definir essa habilidade através de testes específicos. A memorização pode usar técnicas para ser estimulada, o que não significa necessariamente um aumento no QI”.

O esquecimento também é importante

Por mais que uma boa memória seja perseguida como sinônimo de inteligência, esquecer lembranças também é uma função importante.

Existe uma condição bastante rara chamada HSAM – Síndrome da Memória Autobiográfica Altamente Superior – que impede seus portadores de esquecer, com ela os indivíduos mantêm lembranças claras de qualquer acontecimento em qualquer data e independentemente da idade.

O que pode parecer um benefício na verdade traz diversos problemas, o acúmulo excessivo de memórias causa disfunções no sono, dores de cabeça constantes, problemas emocionais, ansiedade e depressão.

“Na realidade, o nosso cérebro também está condicionado para esquecer, o esquecimento também está relacionado à inteligência, já foi cientificamente comprovado que pessoas mais inteligentes esquecem com maior facilidade, pois esquecer coisas menos relevantes ajuda o cérebro a canalizar melhor sua energia para funções mais importantes,lembrar de tudo não é necessariamente ser inteligente”, afirma Dr. Fabiano de Abreu.

Sobre o Prof. Dr. Fabiano de Abreu

Dr. Fabiano de Abreu Agrela, é um PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências.

É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva.

 

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