Santo André reforça malefícios do tabaco no Dia Nacional de Combate ao Fumo

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Fotos: Alex Cavanha/PMSA

Nesta segunda-feira (29.08) é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data criada em 1986 com o objetivo de alertar a população sobre os malefícios do tabaco.

Em Santo André, a Prefeitura oferece acompanhamento para tratamento do tabagismo com equipe multiprofissional.

As atividades terapêuticas estão disponíveis nas unidades de saúde, têm cerca de 12 encontros e duram aproximadamente três meses.

Mesmo após o término dos encontros, o paciente permanece em acompanhamento pelo período de até um ano.

Durante o processo, além da troca de experiências, de acordo com o perfil e necessidade do integrante do grupo, são oferecidos medicamentos e também estímulos a terapias diversas e atividade física.

Fumante há 42 anos, Marlene Aparecida Valentini, de 59 anos de idade, consumia 20 cigarros por dia.

Ela iniciou a atividade terapêutica acompanhada do marido, o aposentado José Roberto Valentini, que era fumante há mais de 50 anos.

“É muito mais difícil parar sozinho. A gente já tentou. Aí começa o ano e a gente gasta uma fortuna. Minha vizinha fez o acompanhamento na unidade de saúde, conseguiu parar de fumar e eu me interessei. Ficamos sempre ansiosos para o próximo encontro. Na primeira semana que comecei com o remédio eu ainda estava fumando, mas na segunda eu já parei. Durante os encontros um fala o que está passando para o outro e fica tudo mais leve”, comenta Marlene Aparecida Valentini.

Desconfortos

Quem fuma sofre de dependência química, ou seja, é alguém que, ao tentar deixar de fumar, se defronta com grandes desconfortos físicos e psicológicos que trazem sofrimento, e que pode impor a necessidade de várias tentativas até que finalmente consiga abandonar o tabaco.

“A melhor forma é não ter cigarro em casa. Eu me engano, coloco cravo na boca, mastigo palito e assim vou seguindo. O segredo é não ter cigarro em casa, porque se eu tiver em casa, eu fumo”, diz o aposentado José Roberto Valentini, de 66 anos.

Entender o que acontece com o tabagista e suas tentativas de parar de fumar é fundamental para que se possa ter a real dimensão do problema.

Recaída

Marcilene Cordeiro da Silva, de 59 anos, conta que durante os 40 anos de dependência, já tentou parar de fumar por muitas vezes.

Antes de iniciar a atividade terapêutica, a moradora do Jardim Alvorada fumava cerca de 30 cigarros por dia, e com acompanhamento conseguiu ficar alguns dias sem fumar.

Mas, teve uma recaída durante uma viagem de final de semana, período que ficou sem usar o medicamento controlado e, infelizmente, voltou a fumar.

“Eu recomendo o curso porque eu já tentei tantas vezes e sempre voltava. Parei quatro vezes e voltei todas. Acho que envolve muito a ansiedade, acontece alguma coisa e a gente acaba voltando, mas agora eu acho que vai. O primeiro cigarro do dia é o mais prazeroso. Quando eu trabalhava, eu fumava menos, mas agora que eu aposentei, fico mais tempo ociosa e acabo fumando mais”, diz Marcilene Cordeiro da Silva.

Sétimo encontro

Na unidade de saúde Jardim Alvorada, o grupo, que foi iniciado com 12 pessoas, está no sétimo encontro. Dos sete pacientes ativos, quatro já conseguiram deixar de fumar e três conseguiram reduzir o consumo.

Vinícius Cândido Fenero integra o Departamento de Atenção Básica da rede municipal e apoia projetos realizados nas unidades de saúde, como as atividades terapêuticas voltadas a pacientes fumantes. Ele relata que o acompanhamento tem auxiliado muitas pessoas a diminuir ou abandonar completamente o uso do cigarro.

“Temos um usuário que fumava seis maços de cigarro e a esposa fumava três. Hoje, após sete encontros, a esposa conseguiu parar e ele conseguiu reduzir para três maços. Antes de entrar com a medicação, trabalhamos muito o psicológico de cada paciente para dificultar o acesso ao cigarro e também as questões do dia a dia, já que o hábito está associado ao vício. A indicação de entrar com a medicação é avaliada de acordo com o perfil do paciente, assim como o método que será utilizado, sendo adesivo ou comprimido”, explica Fenero.

Disposição do paciente

“No primeiro encontro fazemos avaliação do perfil do paciente e a quantidade de dependência do tabaco da pessoa, para saber qual será a conduta. O tratamento está muito relacionado ao que o paciente está disposto, a medicação e adesivo só vão produzir efeito se a pessoa estiver disposta a parar de fumar e mudar de hábitos. Está muito relacionado também a outras terapias, como auricuroterapia e acompanhamento nutricional. Dentro da unidade sempre recomendamos a prática de atividade física, além de outros grupos que ocupem a mente como os de artesanato ou de mulheres”, destaca, em resumo, enfermeira e encarregada da unidade de saúde Jardim Alvorada, Graziela Aparecida Nascimento Silva.

O munícipe que fuma ou conhece alguém que é fumante e deseja deixar o tabaco, deve procurar a unidade de saúde mais próxima da sua residência.

Sobre o tabaco

O tabagismo é uma doença crônica que causa dependência física, psicológica e comportamental.

A nicotina, substância presente em qualquer derivado do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé e cigarro eletrônico), é a responsável pela dependência.

Mais do que uma dependência exclusivamente física, trata-se, ainda, de um “reforço comportamental”, com poderosos fatores psicológicos e sociais.

Já se sabe, por exemplo, que as pessoas que buscam o cigarro em situações de estresse, ansiedade e tristeza têm alto grau de dependência.

Assim como, em conclusão, aqueles que só se sentem em condições de se concentrar, produzir ou trabalhar depois de fumar.

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