Iniciativa das secretarias de Saúde e Cidadania e Assistência Social ofereceu acolhimento, consultas, testagem, vacinas e encaminhamentos para cadastros sociais
A Praça dos Ciganos, no Jardim Utinga, em Santo André, recebeu nesta terça-feira (23.08), em primeiro lugar, ações voltadas para o público LGBTQIA+.
Das 10h às 15h, mais de 100 pessoas foram, portanto, beneficiadas com serviços de saúde e de assistência social.
Entre eles, acima de tudo acolhimento, consultas, testagem, vacinas e encaminhamentos para cadastros sociais.
A ação teve a participação de vários serviços como os do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Unidade de Saúde Utinga, Caps AD (Álcool e Drogas), Consultório na Rua, Centro de Especialidades Referência em Infectologia, Ambulatório do Processo Transexualizador, Vigilância à Saúde, além do Núcleo de Prevenção IST/AIDS.
Referência
“Saúde humanizada e inclusiva para levar atendimento eficiente e proteção a toda a nossa gente. Ações que colocam Santo André como referência em cuidar de pessoas”, destaca, em resumo, o perfeito Paulo Serra.
Para o encarregado do Consultório na Rua, Antônio Rinaldo Paglini, toda ação externa com o objetivo de chegar à população é fundamental.
“Esse é um território em que a gente já atua com frequência, aqui é um local muito carente. Toda ação deste tipo para acessar a população é importante, faz parte do cuidado de saúde sair da unidade e buscar aquelas pessoas que, por algum motivo, não acessam, não conhecem ou não compreendem o direito”, comenta, em suma.
“Alguns usuários não vão por medo do resultado do exame e para nós do Consultório na Rua é sempre um suporte a mais”, disse, ainda.
“Afinal de contas, a premissa do consultório é justamente essa, levar a população para que eles entendam que podem acessar os dispositivos”, completa, da mesma forma, o encarregado.
“Hoje as equipes estão aqui para oferecer orientação e encaminhamento para as ofertas do Cras, uma delas é o cadastro. Quem participou desta ação de hoje já foi encaminhado para fazer o cadastro, de acordo com a necessidade da pessoa. O nosso objetivo maior é vincular essa população aos serviços disponíveis no território”, explica, além disso, a encarregada do Cras Utinga, Janete Alves Gomes.
Importância
A Conselheira de Saúde e Assistência Social, Raclaine Rios da Silva, de 37 anos, participou ativamente da organização e captação de pessoas para participar da iniciativa.
Ela falou sobre a importância de ações voltadas à população LGBTQIA+.
“Morei nessa comunidade há cerca de 12 anos, também fui uma das meninas em situação de prostituição e rua, também fui usuária de drogas e hoje, estando livre de tudo isso, tendo essa representatividade do conselho onde estou, não poderia agir diferente. As meninas não conseguem chegar lá pela negação do direito que nos foi tirado desde o começo, pelo preconceito. Elas têm isso na cabeça, ‘não vou mesmo, não tenho direito, então não vou perder o meu tempo indo até lá’, por isso estamos aqui para encaminhá-las e auxiliar do que for preciso”, diz.
Agente Comunitária de Saúde há 11 anos, Márcia Amaral de Brito, de 50 anos, lembrou do aumento populacional da região dos ciganos.
Além disso, destacou a importância de oferecer assistência a esse público.
“A história desse local tem início com os ciganos, com tendas, e depois começaram as construções”, explicou.
Em seguida, disse: “Hoje há mais de 5 mil pessoas vivendo nessa região bem vulnerável em relação a crianças, adolescentes e gestantes.”
Mais adiante, assinaloou: “A necessidade deles é enorme, muitos têm tuberculose, HIV e outras doenças e, infelizmente, não procuram ajuda.”
Em conclusão, afirmou: “Fazemos um trabalho de formiguinha para trazê-los mais para perto da gente e oferecer assistência e escuta, visando dar qualidade de vida melhor à população”.