Muito se fala, em primeiro lugar, sobre tudo o que acontece com a mulher, seu corpo e personalidade no momento em que ela se torna mãe.
Mas, e os homens?
Eles também, da mesma forma, se transformam com a paternidade?
O PhD em Neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, também é pai, e explicou, portanto, o que acontece no organismo do homem após a paternidade.
Também aborda, acima de tudo, como o cérebro masculino reconhece o novo papel.
Conforme Fabiano, “diferente das mães, os pais não carregam os filhos por meses em suas barrigas, nem têm a oportunidade de amamentá-los. No entanto, quando existe a responsabilidade que deveria ser inerente a todos os homens, o novo pai aprende que tem uma nova posição no mundo: a de cuidar de um outro ser e amá-lo assim que o conhecer”.
Ocitocina
A partir do fim da gestação até os primeiros meses de vida da criança, uma substância chamada ocitocina será produzida.
Além disso, liberada em maior quantidade no organismo masculino.
Conforme o professor, o comportamento do pai, com o passar do tempo, passa a ser, da mesma forma, de maior zelo e cuidado em relação ao filho.
Há também, além disso, o aumento de dois neurotransmissores: a serotonina e a dopamina.
Aborto paterno
O professor também explicou, por exemplo, que os aspectos socioculturais do “aborto paterno” podem prejudicar essa relação.
Afinal, o índice de crianças com pais ausentes ou que nem conhecem seus pais é altíssimo no Brasil.
O percentual de pais ausentes no Brasil vem crescendo, acima de tudo, desde 2018.
Os quatro primeiros meses de 2022 já conseguiram ultrapassar o índice de recusa à paternidade, se comparados ao mesmo período nos anos anteriores.
Nome da mãe
Pesquisa da Arpen Brasil em seu Portal de Transparência revela: entre janeiro e abril de 2018, aproximadamente 5,3% dos registros de nascimentos foram feitos apenas com o nome da mãe.
Em 2020 e 2021, este índice passou, além disso, para a casa dos 5,8% e 5,9%.
No mesmo período em 2022, o porcentual de pais que renegaram a paternidade saltou, por exemplo, para 6,6%, o maior até agora.
Em sua experiência pessoal, Fabiano descreveu a paternidade, portanto, como “um estado diferente, um sentimento intermitente, só se sabe quando se é pai. Ser pai é ser responsável, ter medo de morrer e se preocupar com o futuro do filho. Também é cumprir um ciclo, viver atento e sentir a dor do outro, como sua, porque realmente é, e, sobretudo, ter certeza que sua vida já valeu e que nada foi em vão”, diz, em conclusão.
Sobre Fabiano de Abreu Agrela
Dr. Fabiano de Abreu Agrela é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil e investigador cientista na Universidad Santander de México. Registros profissionais: FENS PT30079 / SFN C-015737 / SBNEC 6028488 / SPSIG 2515/5476.
“Ser pai é um estado diferente
É um sentimento intermitente
Que só se sabe quando se é pai
Ser pai é ser responsável
É ter medo de morrer
Se preocupar com o futuro do filho
É cumprir um ciclo
Querer viver
É ter prazer de dar a primeira mordida
Da comida preferida a alguém
É viver atento, preocupado com relento
Que pode resfriar
É brigar para ensinar
E por dentro sentir vontade de chorar
É viver por alguém e não para si
É sacrificar com a dor pelo
bem de alguém
É sentir que a vida faz sentido
Concluir que existe um pedaço
de você para seguir o ciclo
e prosseguir sua tradição
É ter alguém que mal sabe o sentido
da palavra traição
É ter a certeza de que sua vida já valeu
a pena e nada foi em vão.”
Fabiano de Abreu