A Secretaria de Saúde de São Caetano do Sul realizou na quinta-feira (12.05) a primeira Roda de Saúde Digital, com a participação de mais de 150 internautas.
Especialistas conversaram, portanto, sobre a Lei 14.320, publicada em 31 de março de 2022, que institui o Dia Nacional da Conscientização de Doenças Cardiovasculares nas Mulheres.
Na abertura, alunos do curso de Medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) falaram, em primeiro lugar, sobre o aumento significativo no número de doenças cardiovasculares em mulheres mais jovens.
“Um tema que precisa ser debatido para que, cada vez mais, ações de prevenção e conscientização sobre fatores de risco sejam abordadas. Estudos do Hospital do Coração apontam que, no Brasil, uma a cada cinco mulheres têm risco de sofrer infarto”, afirmou a secretária de Saúde, Regina Maura Zetone.
Segundo o cardiologista e professor titular de Cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC Antônio Carlos Palandri Chagas, as mulheres são propensas a maior risco quando ocorre infarto agudo do miocárdio.
“Isso ocorre devido às condições de anatomia das mulheres, que têm artérias menores que os homens, mas, principalmente, porque elas chegam mais tarde aos atendimentos de emergência”, destacou.
Existem fatores de risco clássicos, como histórico familiar, etnia e gênero, além de fatores modificáveis, como sedentarismo, obesidade, diabetes, hipertensão arterial, colesterol elevado, tabagismo e estresse.
“Nas mulheres adicionamos a todos esses fatores de risco peculiaridades que ocorrem em diferentes fases da vida, especialmente no período pós-parto, quando elas têm sobrecarga no coração – o que fará diferença em relação a risco cardiovascular quando elas apresentam diabetes gestacional, hipertensão ou eclâmpsia e pré-eclâmpsia”, explicou a cardiologista e médica assistente de Cardiologia na Faculdade de Medicina do ABC Carla Lantieri.
Prevenção desde a gestação
Segundo o ortopedista, especialista em medicina do esporte e criador do Agita São Paulo, Victor Matsudo, a prevenção começa desde a gestação.
Mães ativas propiciam bebês mais saudáveis.
“É fundamental as pessoas se moverem. Com apenas um pouco de atividade física a mulher reduz em 66% o risco de infarto e com atividade regular reduz em 84% o risco”, destacou, em resumo, Matsudo.
Em São Caetano os atendimentos às gestantes com doenças que predispõem à possibilidade de infartos saltou de 10, em 2019, para 57, em 2021.
“Quando o obstetra observa hipertensão da gestação nos primeiros meses, a paciente já é encaminhada para o alto risco. Se ela tem cardiopatia prévia e precisa de controle é encaminhada ao cardiologista. A mulher, no período gestacional, fica com sobrecarga no sistema cardiovascular. Nos últimos 10 anos 63% das gestações vêm ocorrendo entre os 35 e 39 anos”, explicou, da mesma forma, a ginecologista e coordenadora da Residência de Mastologia da Faculdade de Medicina do ABC, Alessandra Nabarro.
As informações completas sobre prevenção, prevalência e fatores de risco estão, em conclusão, no link https://www.youtube.com/watch?v=qKciYYW5y2g