Médica infectologista da OnCare Saúde fala da importância da imunização para combater o surto do vírus Influenza e o impacto da vacinação no ambiente de trabalho
Há algum tempo a imprensa noticia que grandes centros urbanos do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, apresentaram uma alta incidência de casos de gripe nas últimas semanas.
O vírus Influenza, causador da doença, tem, acima de tudo, uma característica sazonal: circula durante o ano todo, nas diversas regiões do mundo, com predomínio nos meses do outono e inverno.
O aumento dos casos no País em dezembro é um evento incomum, que pode estar associado à baixa cobertura vacinal contra a gripe, à flexibilização das medidas de restrição adotadas como prevenção à Covid-19 e ao relaxamento da etiqueta respiratória, que inclui o uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento social.
Adesão e proteção
Dra. Letícia Baptista Fiorio, infectologista da OnCare Saúde lembra, em primeiro lugar, que as campanhas foram centralizadas para a vacinação contra a Covid-19.
“Tivemos as campanhas de influenza, mas a adesão à vacina da gripe foi pequena. Quando há uma baixa adesão, também há um nível mais baixo de proteção”, esclarece, em suma, a especialista.
Ela afirma, da mesma forma, que virologistas já realizam uma vigilância intensa do vírus Influenza subtipo H3N2, o responsável pelo surto que vemos agora.
“Os pesquisadores realizam análises e o monitoramento do perfil genético do vírus. Os casos em questão estão associados principalmente à linhagem “Darwin” do vírus Influenza A (H3N2), que foi a cepa predominante da mais recente temporada de gripe no hemisfério Norte”, destaca, em resumo.
A importância da vacinação contra a gripe
Em geral, as campanhas nacionais de vacinação contra a gripe no Brasil têm início em abril, antecipando a chegada do inverno.
O objetivo é proteger o organismo de pessoas mais vulneráveis, como idosos e crianças, imunossuprimidos e pessoas com comorbidades.
Mas, com este surto fora de época, é necessário que a campanha seja antecipada.
“É uma circulação fora de época do vírus, pode ser que ela não se sustente. Existe uma grande probabilidade deste vírus aparecer em outras partes do País. O adiantamento da campanha seria bom em vários aspectos, para debelar essa situação de surtos e reduzir a circulação viral”, afirma Dra. Letícia.
Cuidados
A infectologista da OnCare Saúde reforça a necessidade de vacinação. “É importante que todos sejam imunizados. Na rede pública, a vacina trivalente está disponível para grupos considerados prioritários pelo Ministério da Saúde por maior risco de adoecimento e de evolução para quadros graves; e na rede privada o imunizante está disponível para todos. Crianças, gestantes, adultos com comorbidades, professores, profissionais da saúde, adolescentes são alguns dos grupos que devem se vacinar. O isolamento recomendado nos pacientes com Influenza é de 5 dias e as crianças não devem frequentar a escola enquanto os sintomas persistirem”, orienta.
A médica lembra que além da vacinação é preciso redobrar os cuidados. “É recomendado evitar locais fechados e aglomerações, além do uso de máscara e a lavagem frequente das mãos, que continuam sendo uma importante ferramenta na redução da contaminação. Se a febre persistir por mais de 48 horas, se apresentar falta de ar ou queda importante do estado geral, recomenda-se procurar a emergência”, alerta.
A vacinação nas empresas
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina é a maneira mais eficaz de prevenir a gripe. Os trabalhadores quando não vacinados, podem adoecer, e por isso a vacinação contra a gripe em empresas torna-se muito importante no ponto de vista socioeconômico.
A gripe atinge pessoas de qualquer idade e já é considerada um dos problemas mais graves de saúde pública, segundo a (OMS). Apesar de parecer um assunto sem muita importância, traz um impacto bastante significativo no ambiente de trabalho.
Dra. Letícia Fiorio afirma que a vacinação traz muitos benefícios para as empresas. “Além de evitar afastamentos, aumenta-se a produtividade. Adotar medidas que ajudem a conter o vírus influenza, é obrigação de todos, e empresas dispostas a melhorar a qualidade de vida e a produtividade no trabalho de seus funcionários devem aderir à campanha de prevenção, e realizar a vacinação dos colaboradores”, reforça a infectologista.
Para o diretor presidente da OnCare Saúde, Dr. Ricardo Pacheco, a influenza é um é uma questão de suma importância e requer que as empresas invistam em uma eficiente gestão médica. “É a gestão médica que cuidar das pessoas, prevenir, identificar e tratar os casos de influenza. A prevenção precisa ser priorizada para diminuir a incidência de absenteísmo, que vem aumentando consideravelmente, já chegando a níveis semelhantes ao início da pandemia de Covid-19”, completa o médico e gestor em saúde.
Síndrome de Burnout preocupa empresas
Oficializada pela entidade como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”, a classificação faz parte da relação da doença com o ambiente de trabalho e traz uma interpretação direta e indireta da responsabilidade da empresa sobre a saúde integral dos funcionários
Desde 1º de janeiro, portanto, a Síndrome de Burnout está na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID 11. A síndrome precisa ser vista com maior atenção e as empresas precisam ficar atentas para esse risco.
De acordo com o que afirma a entidade, agora o Burnout para a ser oficializado como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. No texto anterior, ela era considera ainda como um problema na saúde mental e um quadro psiquiátrico.
Essa nova classificação deu-se, acima de tudo, na conferência da organização em 2019, contudo, o documento passou a vigorar agora, em 2022. Lembrando que para alterar o documento, a OMS analisa estatísticas e tendências da saúde. Ele é o reconhecimento de doenças e problemas de saúde no mundo de acordo com as mesmas definições e códigos. Além da Síndrome de Burnout, o CID 11 também inclui na lista de doenças o estresse pós-traumático, distúrbio em games e resistência antimicrobiana.
Mais atenção
Mas o que isso impacta no mundo do trabalho? Segundo Dr. Ricardo Pacheco, diretor presidente da Oncare Saúde e presidente da Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho (ABRESST), as corporações precisarão estar mais atentas com a saúde dos seus colaboradores. “Além do cuidado com o ser humano, que deve ser integral e integrado, a empresa precisa estar atenta a seu time, evitando que problemas evoluam e, principalmente, criando estratégias para impedir que a síndrome atinja os seus profissionais. Do contrário, além de ver talentos afastados e doentes, perderá produtividade e qualidade”, alerta o médico e gestor em saúde.
O especialista lembra que uma gestão voltada para a saúde dos colaboradores precisa prevenir e identificar os sinais de que a doença está presente. “É comum que o profissional com o Burnout tenha um histórico de boa performance que se reverte diante de uma alteração no ambiente, como uma mudança na condução ou de demandas. A gestão tem que estar atenta e aberta a buscar ajuda para identificar e tratar os trabalhadores doentes”, afirma o diretor presidente da OnCare Saúde.
Empresas brasileiras devem ligar o sinal dealerta
O sinal de alerta para o Burnout precisa, portanto, ser acionado na maioria das empresas. É o que diz o Índice de Bem-estar Corporativo do Zenklub no ano passado. O documento mostra que o índice geral de bem-estar no mercado brasileiro recebeu a nota de 49,25, numa escala de 0 a 100, as empresas brasileiras ficaram abaixo o índice ideal de 78. O levantamento teve mais de 1.600 respostas de funcionários de 335 empresas. Entre os fatores que afetaram negativamente o bem-estar geral, o Burnout aparece como o maior alerta, com os profissionais relatando sintomas de esgotamento.
Outros dois fatores aparecem como avisos para um trabalho mais preventivo. Em segundo lugar, o alto volume de demanda e controle sobre o trabalho tira a autonomia e pode levar a um quadro de Burnout. E em terceiro, o fator de adição ao trabalho mostra o sentimento de sobrecarga em alta entre os profissionais.
A Síndrome de Burnout depois da classificação da OMS
O documento da entidade classificou, como vimos, a síndrome como um “fenômeno ligado ao trabalho” e descreve seus sintomas como sendo a sensação de esgotamento, o cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e a eficácia profissional reduzida.
De acordo com o médico Ricardo Pacheco, a OMS deixa claro que o Burnout é uma doença relacionada ao trabalho, e não ao trabalhador, e pode trazer sérios problemas para a empresa. “O estresse mal administrado se torna um problema crônico relacionado ao local de trabalho e problemas de gestão da empresa. Sem contar que o reconhecimento pela OMS terá um efeito em processos trabalhistas relacionados ao tema, já que o trabalhador poderá recorrer à Justiça por causa de esgotamento e a empresa pode ser responsabilizada e até pagar indenização. Na verdade, a implicação de responsabilidade já acontece, mas pode ser difícil de conseguir”.
Ele lembra que com a classificação da organização, com o diagnóstico médico está caracterizada a responsabilidade da empresa. “Na Justiça, a responsabilização da empresa será avaliado a partir do laudo médico comprovando o Burnout junto com o histórico do profissional e uma avaliação do ambiente de trabalho, inclusive coletando relatos de testemunhas. Em geral, serão coletadas provas de uma degradação emocional e fatores causadores da síndrome, como assédio moral, metas fora da realidade ou cobranças agressivas”, alerta o diretor presidente da OnCare Saúde.
Investir na saúde mental dos trabalhadores é essencial
Em pesquisa da Kenoby com profissionais de recursos humanos, 93% deles disseram, da mesma forma, que as empresas ainda ignoran as questões de saúde mental. Entre os entrevistados, 53,4% não sabiam dizer se a empresa pretende investir em saúde mental. Outros 35% responderam que o investimento virá em menos de um ano.
O médico Ricardo Pacheco acredita, além disso, que a mudança na classificação do Burnout deva elevar a discussão sobre saúde mental. “As empresas precisam criar ambientes mais sustentáveis de estresse e demanda, um fator essencial é nutrir a segurança psicológica. Colocada como fator número um para ter equipes de alta performance, a segurança psicológica também é a tranquilidade de que as pessoas podem compartilhar ideias, errar e aprender sem sofrer punições por isso. Contar com uma empresa especializada na saúde do trabalhador é um caminho eficiente para prevenir, identificar e tratar o Burnout a tempo de não trazer maiores consequências para o trabalhador e para a empresa”, diz, em conclusão, o médico, diretor presidente da OnCare Saúde.
Sobre a Oncare Saúde
A Oncare Saúde é, em primeiro lugar, uma plataforma de solução integrada de saúde, que oferece assessoria e consultoria, para empresas e para população em geral.
Inclui, além disso, assistência médica, assistência integral social e assistência à saúde dos beneficiários e seus dependentes, com ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação.
Dessa forma, contribui, em conclusão, para o aprimoramento do sistema social e de saúde do Brasil.