Presidente da entidade esteve presente no evento para defender os interesses dos municípios mineradores brasileiros
As cidades mineradoras brasileiras ganharam representatividade na Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP 26), realizada em Glasgow, na Escócia. O presidente da Associação dos Municípios Mineradores de Minas e do Brasil (AMIG), José Fernando Aparecido de Oliveira, prefeito de Conceição do Mato Dentro (MG), marcou presença no evento e reforçou a necessidade de aliar o desenvolvimento econômico à sustentabilidade.
A escolha da sede do evento é justificada: Glasgow é uma das cidades mais verdes do Reino Unido e o quarto destino turístico mais sustentável do mundo. O local é um exemplo de comprometimento com políticas públicas voltadas para o meio ambiente.
O Race To Zero, um dos principais temas da COP 26, é uma campanha mundial que tem a meta de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, já que o CO2 acelera o processo de aquecimento global. José Fernando encorajou os associados da AMIG a entrarem no projeto e debateu o assunto com as autoridades presentes na conferência. “Tive a oportunidade de conversar com o enviado especial dos Estados Unidos para questões climáticas, John Kerry, sobre o Brasil. Rapidamente, falamos sobre a importância de firmarmos compromissos em busca de minimizar o efeito estufa.”
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Marília Melo, e o presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALMG, deputado estadual Noraldino Júnior, integraram a comitiva mineira na Escócia. A secretária e o parlamentar destacaram o pioneirismo do Minas Gerais, o primeiro Estado da América Latina e do Caribe a aderir à Race to Zero.
Para firmarem o compromisso de reduzir as emissões de CO2 no estado, Marília Melo, Noraldino Júnior e José Fernando assinaram a Carta de Edimburgo, um documento do Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI), que prevê a descarbonização da economia.
EXAUSTÃO MINERAL
O minério é um bem natural não renovável, finito; por isso, a AMIG busca preparar as cidades para exaustão, com reservas financeiras e por meio da diversificação econômica, medida que busca deixar municípios independentes da mineração e propõe o desenvolvimento de fontes de arrecadação alternativas.
A criação de um fundo municipal também contribuiria para situações de quedas no recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), causadas por oscilações no mercado internacionalb como a diminuição de demanda na exportação e baixa do dólar.
A preocupação com o futuro dos territórios minerados foi levantada na conferência pelo presidente da AMIG. “Estive com o prefeito de Oslo, Raymond Johansen, discutindo sobre o fundo soberano norueguês, o maior do mundo. Ultrapassando US$ 1,3 trilhão em ativos totais aplicados em investimentos, o fundo administrado pelo Banco Central tem como um dos objetivos suprir as despesas do país quando as reservas de petróleo de lá se esgotarem. Precisamos pensar em um fundo soberano para a saúde financeira de cidades mineradoras”, relatou José Fernando.
Sobre a AMIG
A AMIG é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira. Fundada em 1989, a entidade tem como objetivo representar, junto aos poderes públicos, as cidades que desenvolvem atividade mineral. Entre suas missões está a defesa dos interesses e direitos dos municípios mineradores na ascensão do desenvolvimento sustentável, com a geração de investimentos para a melhoria da qualidade de vida e na conquista por recursos para infraestrutura, saúde, educação e preservação do meio ambiente.