Journal of Transition Metal Complexes destacou trabalho desenvolvido pela disciplina de Química Analítica
A Gerência Editorial da revista científica Journal of Transition Metal Complexes entrou em contato com o Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC para agradecer as “contribuições e apoio”.
O periódico internacional encaminhou e-mail ao professor titular de Química Analítica da FMABC, Dr. Horacio Dorigan Moya, informando que a revista foi avaliada pela American Chemical Society (ACS), a maior organização científica do mundo dedicada ao avanço de todos os campos da Química, e que foi aceita para o Chemical Abstracts Service (CAS) – uma divisão da ACS líder em soluções de informação científica, responsável por acelerar avanços, organizar, analisar e conectar conhecimentos científicos mundiais para “revelar relacionamentos invisíveis”.
“Parabéns e profundo agradecimento devem ser dirigidos a você, pois sem a contribuição do seu grupo de pesquisa e apoio, não poderíamos alcançar e cumprir esta etapa”, escreveu, em suma, o gerente editorial, Mo Salah.
Contribuição científica
Em 2020, o curso de Farmácia da FMABC publicou artigo sobre o Európio (Eu) no Journal of Transition Metal Complexes.
O Európio é um elemento químico do grupo dos metais lantanídeos e tem entre suas principais características propriedades espectroscópicas e magnéticas, que o tornam valioso na indústria para fabricação de superimãs, telas de tablets, computadores, celulares e painéis solares.
Nas últimas décadas, a ciência tem se interessado em estudar as interações químicas entre o íon azoteto (N3-) e o európio(III), pois o íon azoteto é capaz de modular a luminescência dos metais lantanídeos, especialmente európio(III).
“Por essa razão, estudos relacionados às características físico-químicas dos compostos aquosos de európio(III) são de grande relevância, pois fornecem informações sobre o comportamento químico desse elemento no sistema biológico e no meio ambiente”, explica, em resumo, o professor titular de Química Analítica da FMABC, Dr. Horacio Dorigan Moya, que conduziu o trabalho junto à Dra. Eliana Maria Aricó, docente do Instituto Federal de Ensino, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).
A partir de equipamentos simples e comumente disponíveis em laboratórios de química, o estudo conseguiu determinar com rigor o valor do grau de formação do composto íon azoteto e európio(III) em solução aquosa.
A precisão dos resultados e o baixo custo envolvido no processo foram os grandes diferenciais que chamaram a atenção da revista científica internacional para a publicação.
“Tivemos como base um procedimento matemático padronizado, utilizado para calcular valores do grau de formação de compostos originados entre o íon azoteto e os outros metais lantanídeos. A partir dessa abordagem matemática desenvolvemos um método alternativo adequado e eficaz para determinar o valor de grau de formação entre o íon azoteto e o európio(III)”, detalha o Dr. Horacio Dorigan Moya.
Mulrifunção
Pouco abundante no planeta, o Európio é um elemento químico extremamente valioso, utilizado principalmente por suas características luminescentes.
O Brasil está entre as nações privilegiadas com diversas reservas minerais, segundo estimativas da agência de Serviços Geológico Norte-Americano (USGS).
Além do uso abundante pela indústria de tecnologia, o elemento também integra o processo de produção da gasolina e é adicionado a alguns tipos de plásticos para a fabricação de lasers.
Sua luminescência é valiosa também em aplicações médicas, cirúrgicas e bioquímicas na forma de nanopartículas.
As utilizações na área da Saúde geralmente têm natureza diagnóstica, concentradas em compostos fundamentais presentes em sistemas biológicos.
O estudo “Calculating the equilibrium constants for all monoazide lanthanide complexes in aqueous solution based on the formation of Eu(III)/N3-” está disponível na íntegra no site: http://www.bendola.com/journals/JTMC/246094.
O trabalho foi dedicado ao Prof. Dr. Eduardo Fausto de Almeida Neves (1933–2006), que orientou o mestrado do Dr. Horacio Dorigan Moya no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (1990-1993).
Ele, em conclusão, destinou boa parte de sua pesquisa ao estudo da formação de íons metálicos com o íon azoteto.