Chamado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1998 e 1999-2002) de “Vice dos Sonhos”, Marco Maciel morreu neste sábado (12.06), aos 80 anos.
Muitos vão contar toda a sua história política, de 1967 a 2011 (quando pendurou de vez as chuteiras nas articulações eleitorais), mas sua partida leva, acima de tudo, a uma reflexão.
Aliás, decidiu tirar o time de campo quando, em 2010, perdeu a eleição para o Senado para Humberto Costa (PT).
Maciel sofria, havia muitos anos, do Mal de Alzheimer. Em abril foi internado com Covid-19.
Na mesma semana em que Marcelo Freixo anunciou a saída PSol, com o argumento de que o momento exige uma ampla aliança contra Bolsonaro, a morte de Maciel reforça esse ato.
Para quem estreou na política em 1967, quase o ápice da ditadura militar, como militante da direita, seria, portanto, impensável que 27 anos depois seria escolhido para vice de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, professor perseguido pelo regime, exilado…
Foi a aliança que deu certo, acima de tudo.
O Plano Real, iniciado sob o Governo Itamar Franco, com FHC no Planejamento, consolidou-se nos Governos FHC-Maciel como “a maior revolução econômica da História do Brasil”.
Quem diria? Um social-democrata autêntico e um ex-apoiador da ditadura, unidos, fazendo a “revolução” que alguns autointitulados esquerdistas tanto discursam, mas não praticam.
Está aí, portanto, um tema para refletir. E que sabe tenha reflexos em 2022.