Com informações da reportagem da Redação MediaTalks
Londres – Dos 55 profissionais de mídia e jornalistas assassinados em todo o mundo em 2021, 14 eram da América Latina, segundo a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).
A agência divulgou os dados nesta quinta-feira (06.01) em Paris, destacando que este foi o menor índice em uma década. O Brasil não teve jornalistas assassinados em 2021.
Outros levantamentos feitos por organizações de defesa da liberdade de imprensa também registraram queda nas mortes, embora as prisões arbitrárias tenham crescido significativamente.
Assassinato de jornalista compromete informação
Apesar de ser o menor índice na década, a Unesco chamou a atenção para a impunidade, que permanece e faz com que os jornalistas e os profissionais de apoio que ajudam repórteres em investigações enfrentem alto risco para manter a sociedade informada.
A diretora-geral da Unesco declarou que durante mais um ano, “muitos jornalistas pagaram o preço final por contarem a verdade”.
Audrey Azoulay destacou que mais do que nunca, “o mundo precisa de informações factuais e independentes”.
Ela afirmou que é preciso fazer “muito mais para garantir que aqueles que trabalham de forma incansável para fornecer essas informações possam fazê-lo sem medo”.
Os dados coletados pelo Observatório da Unesco sobre Jornalistas Assassinados apontam que dois terços das mortes aconteceram em países que não estão passando por conflito armado, o que mostra que existem riscos para os profissionais que expõem situações críticas em suas nações.
A agência da ONU destaca que essa tendência é completamente diferente da situação de alguns anos atrás. Em 2013, por exemplo, dois terços dos assassinatos de jornalistas aconteceram em países em conflito.
América Latina em segundo em jornalistas assassinados
O levantamento mostra que no passado, a maioria dos jornalistas assassinados trabalhava na região Ásia-Pacífico, onde 23 profissionais da mídia perderam a vida.
América Latina e Caribe, aparecem em segundo, com 14 jornalistas assassinados.
O México se transformou em um dos países mais letais para a imprensa, equiparando-se ao Afeganistão em vários índices divulgados no fim de 2021 por outras entidades que monitoram prisões e assassinatos de jornalistas.