Tivemos a honra de conhecer pessoalmente Neno Campari e seu alambique em Monte Alegre do Sul. Visita imperdível.
Neno segue, acima de tudo, uma tradição familiar que nasceu em 1932.
E agora ele divide com a filha Máira, portanto, a tarefa de nos proporcionar a espetacular Cachaça Campanari.
Tem história, e com certeza é uma opção sem igual para o presente do Dia dos Pais.
E ainda dá tempo, pois a encomenda feira pelo whatsapp (+55 19 99794-2896), com a própria Máira, chega rapidinho. Experimentei, e deu certinho.
Conversei com Máira pelo whatsapp, e nos Instagram, onde ela se apresenta como “Mulher e Cachaceira”. Muito legal.
Cachaça descansada
Elaborada com espécies raras de cana-de-açúcar, escolhidas e colhidas à mão, lavadas e mpídas individualmente por Neno.
O processo refinado de fermentação e o alambique de cobre garantem sabor e pureza únicos. Mais personalizado que isso, só degustando, portanto, com o próprio Neno e a Máira em Monte Alegre do Sul.
Premiadíssima, a Cachaça ganhou o 1º lugar em 2012 em dois renomados concursos nacionais da bebida: da USP e da Unesp.
Tudo começou há mais de um século…
Em dezembro de 1901, desembarcou em Santos Luigi Campanari, vindo no navio “Ordeneanais” saído de Téramo – Molise – Itália.
Casado com Rosa Marcelina, teve oito filhos. Após muitos anos como lavradores, fixaram-se em Monte Alegre do Sul – SP, no Sítio Santa Rosa, bairro do Lambedor.
Cuidando do café e da cana-de-açucar, em 1932, Luigi iniciou-se na fabricação de cachaça, e seu filho Adolpho seguiu este caminho. Desde então, com o nome de “Lambedor”.
Dos netos, Neno era, em primeiro lugar, o que mais se dedicava, e com isso fez seu próprio Alambique.
Desde 5 de fevereiro de 1995, quando deu início à produção de sua própria cachaça, a “Campanari”, Neno tem trabalhado com muito zelo e dedicação.
Utiliza técnicas de produção muito criteriosas, que já lhe garantiram vários prêmios em vários concursos de cachaça de qualidade, mantendo na história da Família Campanari, em conclusão, a harmonia da qualidade e tradição.
O processo
A cachaça de qualidade começa na boa condução da cana-de-açúcar, no corte e na maturação adequados e, claro, na dedicação do proprietário.
O processo inicia com a preparação do solo – cuja acidez é controlada meticulosamente.
A Cana, de espécies raras (Cana Roxa, Cana Uva e Cana Branca), é plantada somente em períodos específicos, de maneira completamente orgânica.
Seu corte também é feito com muito esmero, rente ao solo de forma que não remova os nutrientes deste.
Além disso, são tomados cuidados para que as espécies plantadas apresentem o teor de açúcar ideal, livre de pragas, raízes e palhada.
Após cortada, a cana é lavada manualmente com bucha e areia, sendo moídas em no máximo 24h de forma a garantir a qualidade do produto.
Milho da família
Na fermentação, feita com fermento caipira (e preservando a tradição), é usado o milho plantado pela família há décadas, sem nenhum aditivo ou produto químico.
Esse milho, cuja espécie está quase extinta, é plantado ha três gerações de Campanari – sendo debulhado, esterilizado e secado pelo Neno Campanari e suas filhas para ser utilizado como fermento (cuja produção leva cerca de 15 dias).
Todo o processo de produção da cachaça é feito de forma natural, porém com maior presteza e higiene – sendo que a estrutura do alambique é lavada com garapa quente, de forma que toda impureza seja lavada.
O tempo que a fermentação leva é 15 a 30 horas – fazendo com que os aromas e elementos desejáveis se mantenham, portanto, no final.
Já a destilação demora de 7 a 9 horas para ser concluída, sendo feita em Alambique de cobre de 260 litros, formando e mantendo todos os aromas desejáveis a uma cachaça de qualidade.
O produto final da destilação é divido em três partes – cabeça, coração e cauda, sendo que somente o coração (mais puro) é mantido – tornando o produto final, em conclusão, com um paladar marcante e aroma inesquecível.
Carvalhos especiais
Para o envelhecimento são usados carvalhos especiais, como o francês e o americano, que dão toques diferentes a cada uma das cachaças.
Essa da nossa foto é do francês, com uma coloração e um sabor que remete aos grandes conhaques.
Na Americana (neste ano deve estar pronta para deixar o barril perto de novembro ou dezembro), sente-se um legítimo bourbon, ou melhor ainda. Só provando, portanto.
Vale, acima de tudo, uma visita ao Alambique, que pode ser agendada pelo site.