Joaquim Alessi
Integrantes do partido na região protocolaram documento na Comissão de Ética, mas Thai Spinello rebate e diz ser “denúncia tendenciosa”
Filiados ao Novo no ABCD divulgaram material à Imprensa nesta segunda-feira (20.03) com a informação de que pediram à CEP (Comissão de Ética Partidária) a expulsão da vereadora de São Caetano Thai Spinello, única detentora de mandato da sigla na região.
Segundo o documento, a ação foi motivada, em primeiro lugar, por “não cumprimento do termo de compromisso partidário e de atuação legislativa”.
A solicitação usa como base, acima de tudo, o artigo 21 do Estatuto do Novo.
El prevê pena de suspensão em caráter liminar quando houver “suficiência de evidências da ocorrência e autoria” ou “risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação” do partido.
Segundo o material divulgado, a legislação partidária prevê ainda que os mandatários da legenda devem “atuar e votar contra projetos ou medidas cujo resultado prático seja a criação, aumento ou manutenção de privilégios, da burocracia e da ingerência do poder público na vida dos cidadãos”.
Forma oposta
Na justificativa, os líderes da sigla alegam, portanto, que Thai há muito se posiciona de forma oposta aos princípios e valores do Partido Novo.
“O que chama a atenção desde o início do mandato. A mandatária não exerce a representatividade que a legenda precisa para avançar na região”, diz, em resumo, trecho do pedido de expulsão.
No processo, foram apontadas várias matérias em que a parlamentar teria votado contra os princípios do partido.
Na mais recente e polêmica, aprovou um pacote de benefícios aos vereadores da cidade.
Thai votou a favor do aumento de 19 para 21 parlamentares no município.
Em outro texto polêmico, se absteve da votação que previa aumentar o subsídio dos vereadores em 45%.
Além disso, também votou para acrescer dois outros pagamentos (privilégios) que não havia previsão regimental: férias remuneradas e 13º Salário.
“Não houve nenhum trabalho de fiscalização acentuada das contas do Executivo, a produção legislativa não aconteceu e muito menos a representatividade dos eleitores do Partido NOVO foi exercida”, diz, além disso, o documento.
O pedido de expulsão de Thai Spinello foi assinado, em conclusão, por líderes da legenda no ABCD, como Mário Camilo Bohm (candidato a Prefeito de São Caetano do Sul em 2020), Paulo Proieti (candidato a deputado federal em 2022), Solange Spina (candidata a vereadora da cidade em 2020 e a deputada estadual em 2022), Rodnei Doriguello (representante do núcleo municipal de Santo André), Daniel Sanches (coordenador do núcleo municipal de São Bernardo), Adriano Mandelli (coordenador do núcleo municipal de Mauá) e Rogério Casari (coordenador do núcleo municipal de Diadema).
Denúncia tendenciosa
Ouvida pela reportagem do ABCD Real na noite desta terça-feira (21.03), após a sessão da Câmara, Thai manifestou-se por meio de uma nota.
Segue a íntegra de sua resposta:
“Na data de 21/03/2023, alguns jornais e veículos de comunicação noticiaram que o “NOVO GRANDE ABC” oficializou o pedido de expulsão desta vereadora. Quem seria o “NOVO GRANDE ABC”? Uma vez que os signatários da referida denúncia não possuem legitimidade para representar o partido publicamente, competindo esta atribuição ao DESP – Diretório Estadual de São Paulo, ou, no âmbito de São Caetano do Sul, ao Diretório Municipal de São Caetano do Sul, entidades estas que não se manifestaram sobre o tema e não participaram do referido pedido de expulsão. Está claro que esta denúncia é tendenciosa, realizada por algumas pessoas que possuem projetos pessoais. Nos próximos dias, analisaremos os termos da denúncia e tomaremos as devidas providências.”