Joaquim Alessi
Candidato de Bolsonaro a governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas não sabe, em primeiro lugar, em que escola vota.
Mas, a unidade escolar fica a 500 metros do prédio que ele declarou como seu domicílio eleitoral.
A apuração, acima de tudo, é do Painel, da Folha de S,Paulo, editado por Fabio Zanini, um espaço que traz notícias e bastidores da política, com Guilherme Seto e Juliana Braga.
O Folhão publicou: “Tanto o colégio como o apartamento que Tarcísio declarou como seu domicílio ficam na Vila Ema, um dos mais caros em São José dos Campos. O imóvel tem 176 m² e três vagas na garagem e foi comprado pelo cunhado dele em 2015, segundo matrícula do cartório. O imóvel está avaliado em cerca de R$ 1,6 milhão, usando como base apartamentos similares anunciados à venda.”
A derrapada do “engenheiro, mestre em logística” (como ele é apresentado aos eleitores) virou meme nas redes sociais.
Mas, claro que esse não deve ser o ponto crucial da disputa eleitoral. Muita gente não sabe nem em que votou há dois anos, para vereador.
O mais interessante é que o fato deixa claro o fato de o candidato não tem compromisso com o Estado. Essa é a preocupação.
Foi lançado ao comando do maior Estado do País apenas para servir de palanque ao padrinho.
Quem não sabe o nome da escola onde vota saberá, por exemplo, destinar recursos para a Educação?
Veja, portanto, como Tarcísio escorregou nesta quinta (22.09).
Ele concedia uma entrevista à TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, para Talita França e Rogério Correa, no Link Vanguarda.
Falava de seu “vínculo afetivo com São José dos Campos”, onde declarou domicílio.
“O mais lógico”
Disse mais, da mesma forma: “Frequentei muito durante um período da minha vida. É o local mais lógico para estabelecer o domicílio eleitoral”.
Nesse momento, além disso, Talita, curiosa, indagou:
“O senhor vota onde? Qual é o seu local de votação, por curiosidade?”
Tarcísio deu um riso abafado e falou: “Ah, é um colégio.”
A repórter, curiosa, prosseguiu: “Sabe o bairro? Só para a gente saber qual é o colégio”.
Visivelmente embaraçado, sem lógica, Tarcísio ficou em silêncio por um momento. Murmurou um: “É, agora…”
E Talita, em conclusão, percebeu a fria em que metera o candidato e até o ajudou: “Fugiu à cabeça, né?” Mas aí, se eleito governador…”