Ações para integrar sistemas de abastecimento e conscientizar o consumidor foram citadas como forma de combater a escassez da água
Soluções para manter a segurança hídrica no Estado de São Paulo foram discutidas nesta terça-feira, (02.11), durante a COP26, em Glasgow, na Escócia.
Os temas foram abordados pelo secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado, Marcos Penido, e pelo diretor-presidente da Sabesp, Benedito Braga.
Eles participaram do painel “Water Scarcity and resilience: Partnership to identify solutions”.
Na abertura, na Blue Zone, Penido destacou que a escassez de água é um desafio global, cada vez mais evidenciada com as mudanças climáticas;
Ele relembrou que, em 2014, a Região Metropolitana de São Paulo viveu um período de estiagem severa.
Mas, conseguiu, a partir de obras da Sabesp – 3ª maior companhia de saneamento do mundo –, garantir o abastecimento de 12 milhões de pessoas.
“A escassez hídrica e os efeitos de anos de negligência ambiental não têm fronteira, não têm classe social, não nos dividem, mas nos unem. E é com essa união que podemos quebrar barreiras, mudar cultura e trabalhar para deixar um legado para as futuras gerações. É isso que queremos para São Paulo, para o Brasil e para o mundo: união e respeito pelo meio ambiente”, disse Penido.
Impactos de curto prazo
O diretor-presidente da Sabesp, Benedito Braga, afirmou que “as mudanças climáticas estão trazendo impactos de curto prazo no setor do abastecimento de água, sentidos principalmente com secas mais longas. Mecanismos de adaptação a essa realidade, como gestão da demanda e infraestrutura resiliente, são fundamentais para enfrentar esse desafio”.
Benedito Braga explicou, além disso, o trabalho da companhia para reforçar a segurança hídrica na Grande São Paulo, uma área densamente povoada e com baixa disponibilidade de água que vem registando baixos padrões de chuvas há uma década.
Foram mostradas, por exemplo, ações para a ampliar a integração dos diversos sistemas de abastecimento, a infraestrutura d captação e reservação de água e o combate a perdas na distribuição, além campanhas de conscientização do consumidor final e parcerias para reuso de água.
O programa Novo Rio Pinheiros, que prevê a despoluição do rio paulista até 2022, também foi abordado nas discussões, acima de tudo.
Foram destacados os números relacionados ao projeto, como a conexão de mais de 425 mil imóveis ao serviço de saneamento básico, o que corresponde a mais de 80% da meta prevista dentro do projeto.
A COP26 acontece até 12 de novembro.
Além das contribuições nos debates sobre segurança hídrica, São Paulo já anunciou no evento o investimento de R$ 100 milhões da Fapesp à Amazônia.
Além disso, reafirmou o compromisso do Estado com as metas do Acordo de Paris.