Ações do programa Escola que Protege foram apresentadas, em primeiro lugar, à população, que demonstrou preocupação com o atual cenário; ações já vêm sendo desenvolvidas desde o ano passado e estão sendo reforçadas
Os secretários de Educação de Diadema, Ana Lucia Sanches, e de Segurança Cidadã, Benedito Mariano, participaram na tarde desta sexta-feira (14.04) de audiência na Câmara Municipal sobre a segurança nas escolas.
Os dois gestores apresentaram para parlamentares e munícipes as ações do programa Escola que Protege.
A iniciativa, desenvolvida desde o ano passado, teve as ações reforçadas e ampliadas após os recentes casos de violência em escolas do Brasil.
Convocada pelo líder do governo na Câmara, vereador Josa (PT), o evento contou com a presença na mesa, além dos secretários e o próprio parlamentar, do conselheiro tutelar Gilson Correia Menezes Júnior e do coordenador da subsede de Diadema do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), José Reinaldo de Matos Lima.
Todas as ações
A secretária Ana Lucia Sanches apresentou todas as ações do programa, como a instalação de câmeras de videomonitoramento em 100% das escolas da rede municipal, em funcionamento desde 13 de dezembro de 2022; a criação do Observatório de Segurança Escolar, que será lançado em 20 de abril; os grupos de apoio e escuta com professores, com mediação qualificada com psicólogo; a ampliação da ronda escolar, entre outras medidas.
“Vivemos um momento emblemático e muito duro e não se trata só das escolas, mas de um momento de grande sofrimento da sociedade em geral”, afirmou Ana Lucia.
“Acredito do fundo do meu coração na cultura de paz e que a escola é o lugar do bem”, disse.
“Nossas escolas têm crianças de até 11 anos e não é lá dentro que estão os problemas, apesar de as escolas serem, neste momento, o foco”, ponderou.
“A gente tem que pensar que a vivência cotidiana está fora da escola e quem resolve pegar uma arma está vivenciando isso fora da escola”, completou.
Ana Lucia afirmou ainda que esse contexto de violência reflete um processo de desumanização da sociedade.
E destacou, além disso, que agora é a hora de união e de todos darem as mãos pela infância.
“Nós adultos estamos deixando para o destino cuidar da nossa infância, com acesso intenso ao celular, aos jogos violentos e isso precisa mudar”, concluiu.
Envolvimento
O secretário de Segurança Cidadã, Benedito Mariano, ressaltou que os últimos acontecimentos sensibilizaram muito a sociedade.
Lembrou que é preciso envolver toda a comunidade em busca de soluções, como a participação no Observatório de Segurança das Escolas.
Defendeu também que seja intensificado o monitoramento das redes sociais.
Afinal, elas têm sido usadas para incentivar crimes.
Sugeriu que a Câmara, com a Prefeitura, envie ofício ao Estado solicitando a criação de um departamento para investigar crimes cibernéticos.
“Não depende só de colocar um guarda na escola. Vamos ampliar a ronda escolar, mas também estamos convidando pais, professores e a comunidade para serem protagonistas”, concluiu.
Mães de estudantes das redes municipal e estadual falaram, em suma, de seus medos e deram sugestões.
Entre elas, por exemplo, o aumento do muro em escolas onde a estrutura é baixa.
Também, a qualificação dos zeladores para o melhor controle do fluxo de quem entra e sai da escola e até detector de metal nas entradas.
“Nós queremos a participação das famílias, com sugestão do que a gente pode melhorar, seja uma entrada, um muro, para que juntos a gente possa combater a violência”, disse, em conclusão, a secretária.