Santo André reabre Biblioteca Nair Lacerda modernizada no aniversário de 472 anos da cidade

In ABCD, Canto do Joca On
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Deputada Ana Carolina, Gilvan Paulo Serra e Maria Carolina. Fotos: Eduardo Merlino/PMSA

Equipamento conta, acima de tudo, com acervo de 90 mil itens físicos, entre jornais, livros em Braille, gibis e obras raras

Santo André comemorou nesta terça-feira (08.04) seu 472° aniversário e, como presente, a população recebeu de volta, em primeiro lugar, um dos mais importantes equipamentos culturais do município: a Biblioteca Nair Lacerda.

Localizado no Paço Municipal, integrando o Centro Cívico andreense, o espaço foi, em suma, modernizado e volta a ficar à disposição do público.

“Neste aniversário temos o slogan ‘cada canto, uma história; cada história, um orgulho’ e é justamente por resgatar essa história de Santo André e preparar e apontar para o futuro. Hoje é uma entrega muito importante, ficou muito bonita a biblioteca. O patrimônio foi preservado, mas com modernidade. Uma entrega simbólica que fica para a história”, destacou, em resumo, o prefeito Gilvan Junior, durante o evento que marcou a reabertura do espaço na manhã desta terça-feira.

“Quero agradecer a presença de todos a esta reinauguração da Biblioteca Nair Lacerda, onde a curiosidade e conhecimentos são sempre bem-vindos para a gente continuar avançando a cidade”, continuou, além disso, Gilvan.

Ele esteve acompanhado da vice-prefeita Silvana Medeiros, dos secretários municipais Azê Diniz (Cultura) e José Antônio Ferreira (Manutenção e Serviços Urbanos), da deputada federal Ana Carolina Serra, do ex-prefeito Paulo Serra – que iniciou as obras da biblioteca – entre outras autoridades.

Emblemático, o equipamento conta com um acervo de aproximadamente 90 mil itens físicos, entre acervo geral, Braille, gibiteca, autores da região, obras raras e especiais.

Intervenções

As intervenções realizadas incluem serviços gerais de manutenção, correção e adequação de elétrica, iluminação, pintura, hidráulica, manta vinílica, reforma total do forro, execução de alvenaria, contrapiso, impermeabilização e revestimento, revisão e recomposição das esquadrias (peças e vidros) adequação de acessibilidade, reforma dos banheiros e novo balcão de atendimento.

O valor de investimento foi de aproximadamente R$ 1,1 milhão.

“Esse é um espaço muito importante de incentivo à leitura e não tinha um dia melhor para fazer essa reinauguração tão simbólica. Independentemente do valor investido, o valor cultural e de importância é inestimável”, enalteceu o secretário de Manutenção e Serviços Urbanos, José Antônio Ferreira. “Foi um grande desafio a gente modernizar sem perder as características do passado. Este lugar é muito importante em termos de pertencimento. Trabalhamos com muito cuidado para não estragar tudo isso, foi reforma completa feita com muito carinho”, continuou.

Com o objetivo de tornar o espaço ainda mais acessível, a renovada Biblioteca Nair Lacerda contará a partir de agora com estantes mais baixas, com 1,60 m de altura.

O equipamento também traz uma nova disponibilização do espaço dedicado a obras em Braille, próximo à entrada, e espaço infantil.

Além disso, contará ainda com as voltas de dois setores: o acervo de jornais (disponível mediante agendamento pelo email bibliotecas@santoandre.sp.gov.br) e o espaço Escritor do Grande ABC, próximo ao painel.

Espaço Nair Lacerda

Uma novidade foi a abertura de um espaço dedicado àquela que batiza a biblioteca, Nair Lacerda, contando com objetos que pertenceram a ela (como escrivaninha de trabalho e máquina de escrever), além de frases marcantes ditas pela escritora, jornalista e escritora.

“Minhas memórias e experiências individuais vividas neste lugar tornam tudo muito especial. Sou do tempo dos arquivos de metal, das gavetas longas e estreitas, das fichas de papelão, das pesquisas feitas no papel almaço. E, desta forma, esta biblioteca tornou-se referência em conhecimento e memória afetiva para mim e grande parte dos moradores dessa cidade”, destacou a secretária de Cultura, Azê Diniz.

“Qual é o papel de uma biblioteca na atualidade? Que conhecimentos e informações a sociedade necessita em tempos de internet? Como ampliar a frequência de usuários? Estamos descobrindo tudo isso juntos e o meu desejo é que no futuro essa biblioteca seja muito mais do que um repositório de memória e conhecimento. Desejo fortemente que seja mais do que é, um espaço ativo, de convivência e circulação, onde aquela imagem de silêncio obrigatório não cabe mais”, emendou a secretária de Cultura.

Programação cultural

Para este grande dia de reabertura da biblioteca, uma programação cultural foi planejada com poesias, contação de histórias, sarau e muito mais.

“Este é um espaço muito significativo, mas não posso deixar de falar de Nair Lacerda, uma mulher à frente de seu tempo e que enfrentou muito para chegar e colocar um pouquinho no papel aquilo que sentia. Essa biblioteca reflete muito a importância da mulher na sociedade”, exaltou a deputada Ana Carolina Serra.

“Este é um equipamento que tem uma relação afetiva muito forte com os andreenses e pode não ser uma obra das mais caras, mas pelo pertencimento tem importância e relevância únicos. Não tenho dúvida que a Biblioteca Nair Lacerda vai bater forte no coração do andreense e voltar a ser uma referência, assim como foi para as últimas gerações”, afirmou o ex-prefeito Paulo Serra.

História

Instalada inicialmente em 8 de abril de 1954 no Edifício Sion, localizado no número 76 da Rua Coronel Alfredo Fláquer (junto à antiga Câmara), a biblioteca contava com acervo de 4 mil volumes.

Depois da conclusão da construção do Paço Municipal, foi transferida em abril de 1970 para onde está até hoje.

Anteriormente conhecida como Biblioteca Municipal de Santo André, foi batizada em 8 de abril de 1987 com o nome da escritora, jornalista e tradutora Nair Lacerda.

Ela foi diretora do Departamento de Educação e Cultura à época da inauguração e teve participação direta no desenvolvimento do equipamento, como responsável por doar parte de seu acervo pessoal para o início das atividades. Outra parte foi doada por Sérgio Milliet.

Arquitetado pelo escritório de Rino Levi, todo o Centro Cívico andreense é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) desde 2013.

Tradição

Os eventos comemorativos ao aniversário de 472 anos de Santo André começaram nesta terça, em primeiro lugar, com a tradicional homenagem a João Ramalho.

Aconteceu, portanto, na Passarela Luso-Brasileira Américo Pinto Serra, em frente à estátua do explorador e colonizador português responsável pela fundação da antiga Santo André da Borda do Campo de Piratininga – primeiro povoado europeu distante do litoral na América portuguesa –, elevada à categoria de vila justamente em 8 de abril de 1553, pelo então governador-geral do Brasil, Tomé de Souza.

O evento contou, além disso, com as presenças do prefeito Gilvan, da vice-prefeita Silvana Medeiros, secretários, integrantes do Tiro de Guerra e do 12º distrito dos escoteiros, autoridades e integrantes da comunidade portuguesa, entre eles o cônsul-geral-adjunto do Consulado Geral de Portugal em São Paulo, Jorge Longa Marques, e o presidente da Casa de Portugal ABC, Paulo Augusto de Freitas.

Dia de muita felicidade

“Um dia de muita felicidade para nós, hoje. Aniversário de 472 anos e a gente respeita muito a história da nossa cidade, das pessoas que contribuíram para construir nossa história. E João Ramalho não é diferente. Como dizia Padre Manoel da Nóbrega, João Ramalho é o pai de todos os paulistas. Chegou, ajudou a desbravar essa cidade e a gente carrega essa força e energia até hoje, juntando os povos em uma terra acolhedora, de imigrantes e de pessoas do país inteiro, que valoriza a história, mas também avança e caminha para o futuro”, destacou, da mesma forma, o prefeito andreense.

“Tenho certeza de que quando João Ramalho começou a construir as casas para seus filhos e netos, o Cacique Tibiriçá e o povo tupinambá não imaginavam a grandeza do que ele estava a construir: uma Santo André que é uma grande cidade, um exemplo de união dos povos para todo o Brasil. Enquanto representante da República Portuguesa no Estado de São Paulo, agradeço imensamente pela memória”, elogiou, em conclusão Jorge Longa Marques.

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