Joaquim Alessi
Um resgate histórico da atenção à Saúde de Santo André aconteceu, em primeiro lugar, nesta sexta-feira (18.08).
Afinal, a última grande intervenção acontecera no apagar das luzes de 1996, último ano do terceiro governo do triprefeito Newton da Costa Bradão.
Foi quando, acima de tudo, definitivamente a antiga e venerada Santa Casa teve suas paredes demolidas para que se levantasse o então Hospital Municipal.
De lá para cá, portanto, em 27 anos, nada tão ousado e transformador fora realizado em benefício da saúde dos andreenses.
Mas, neste 18 de agosto, porém, tudo parece começar a mudar de fato.
Não à-toa, o novo e moderníssimo CHM (Centro Hospitalar Municipal) leva, merecidamente, o nome do Dr. Newton da Costa Brandão.
O que foi feito
Para começo de conversa, o CHM, desde a época da saudosa Santa Casa de Misericórdia, tem 111 anos de existência.
A reforma, que revolucionou todo o complexo em um dos mais bem equipados da região, custou, em primeiro lugar, R$ 10 milhões,
Contemplou, por exemplo, diversos setores, a fim de atacar problemas crônicos, permitir agilidade aos processos e conforto aos munícipes.
Além disso, adequou o hospital aos padrões do Qualisaúde, que desde 2017 tem modernizado os equipamentos de saúde da cidade.
Bonito por fora, eficiente por dentro
“Estou muito feliz por entregar essa obra tão importante para a cidade. Foi uma enorme reforma estrutural, em todos os setores praticamente, mas o CHM não está bonito apenas por fora. Trouxemos o que há de melhor em equipamentos no mercado para qualificar o nosso atendimento e ampliar os serviços prestados à população. Importante dizer que também qualificamos a nossa equipe para entregar um pacote completo e que fará a diferença na saúde de Santo André”, afirmou, em resumo, emocionado, o prefeito Paulo Serra.
As mudanças começam do lado de fora do hospital, com a troca completa da fachada e instalação de brises que garantem conforto térmico aos quartos.
A recepção central, na Avenida João Ramalho, 326, também ficou pronta e agora está totalmente informatizada para acelerar os atendimentos e dar mais conforto aos usuários.
Elevadores, ah os elevadores
As intervenções seguem na parte interna do equipamento com a troca de dois elevadores e dois monta-cargas (elevadores para transporte de cargas) por modelos mais modernos, trazendo agilidade e segurança aos pacientes e funcionários.
O prefeito deixou claro, ao olhar para ps secretários, quantos problemas houve nessa substituição.
As intervenções ainda resolveram problemas que se arrastavam havia décadas, como infiltrações e vazamentos.
Que particular, que nada
“O CHM é um patrimônio da nossa cidade, um hospital com mais de 111 anos de história e que agora foi completamente reformado para entrar nos rigorosos padrões de modernização do Qualisaúde. É um orgulho muito grande para a equipe entregar equipamento deste porte e com essa qualidade. Não estamos falando apenas da parte estrutural ou de equipamentos, mas um centro médico que capacitou seus funcionários para oferecer um atendimento humanizado e resolutivo. Quem ganha é a população, que terá no SUS um hospital que não deve nada para nenhum particular que temos na nossa região”, assinalou, da mesma forma, o secretário de Saúde, Gilvan Junior.
Os quartos foram contemplados com a revitalização total da enfermaria da clínica médica, que conta com 55 leitos distribuídos em 18 quartos.
Também já está pronta e sendo utilizada uma nova ala de UTI com três salas climatizadas e que abrigam 10 leitos com cama e aparelhos novos.
Todas as enfermarias estão equipadas com televisores de 43 polegadas e cadeiras de acompanhantes reclináveis.
Setores fundamentais
Também foram reformados setores que não ficam à vista dos pacientes, mas são fundamentais para o bom funcionamento do Centro Hospitalar Municipal, como rouparia, necrotério, farmácia e almoxarifado.
A cozinha e o refeitório também passaram por ampla requalificação.
Novos setores foram criados com a reforma do CHM, como a Sala de Reabilitação Fisioterápica, importante recurso para acelerar a recuperação dos pacientes.
O espaço conta com esteira e bicicleta ergométricas, além de diversos outros aparelhos que ajudam na retomada da autonomia dos usuários, critério fundamental para que a equipe médica decida pela alta.
“Além da importância de toda a infraestrutura, ambiência e tecnologia de ponta, essa entrega vem agregar à cultura de segurança do paciente e cuidado humanizado que estamos fortalecendo em todo o Centro Hospitalar. A modernização significa a otimização de fluxos de atendimento e nossos profissionais, desde a recepção à assistência hospitalar, passaram por capacitação para cuidar de nossos pacientes e seus familiares. E seguirão em aperfeiçoamento constante para corresponder cada vez mais às expectativas dos andreenses. Esse é o nosso empenho”, destacou, em suma, o diretor-geral da Rede de Atenção Hospitalar, Victor Chiavegato.
Ampliação dos serviços
A transformação do CHM passa ainda pela contratação de novos profissionais, pelo investimento em novos e modernos equipamentos que permitem a ampliação dos serviços.
Uma das novidades é a videolaparoscopia (cirurgia com auxílio de vídeo) que tem permitido aumentar o número de procedimentos, além de acelerar a recuperação dos pacientes.
As cirurgias bariátricas, por exemplo, já são feitas com essa técnica, que acelera a recuperação do paciente.
Com a modernização, alguns procedimentos que são de responsabilidade da Secretaria de Saúde do Estado já são realizados em Santo André, evitando que munícipes fiquem meses na fila.
Casos de procedimentos de otorrinolaringologia, pé torto congênito, polidactilia (um dedo a mais), displasia de quadril e outras deformidades.
Qualificação da equipe
A qualificação da equipe também recebeu atenção especial.
Todos os profissionais da recepção foram treinados e uniformizados para oferecer atendimento humanizado e eficiente, qualificando o primeiro contato com o munícipe.
Enfermeiros, médicos e demais colaboradores também foram submetidos a capacitações.
Outro destaque é a implementação da alta segura, que visa aumentar ainda mais a segurança dos pacientes, com série de procedimentos médicos e a confirmação de que o munícipe entendeu todas as instruções de alta e as medidas de acompanhamento necessárias na residência.
Além disso, o paciente agora sai com a consulta de retorno marcada no ambulatório.
Recorde em número de cirurgias
Os resultados do novo CHM já começam a surgir.
Em 2023, foram internados 11.184 pacientes e realizadas 5.600 cirurgias no equipamento, média de 933 por mês.
O número é mais do que o triplo do registrado em 2017, quando foram realizados, em média, 281 procedimentos por mês.
Mesmo na comparação com 2022, os indicadores são, em conclusão, extremamente significativos, já que a média mensal do ano passado foi de 519 cirurgias por mês.