Clara Laface*
Na imagem pessoal, significa administrar o próprio capital comunicacional com consciência de tempo, espaço e intenção. A imagem é dinâmica. Ela se transforma à medida que o contexto muda, que o papel profissional evolui e que o mercado redefine seus códigos de valor. A cada ciclo, é necessário revisá-la não para negar a identidade, mas para garantir que continue refletindo relevância e propósito.
Para quem ocupa posições de liderança, a atualização da imagem é parte de um plano de desenvolvimento individual. O que antes comunicava autoridade pode hoje soar distante. A percepção pública acompanha mudanças culturais, tecnológicas e comportamentais. Permanecer no jogo exige sensibilidade para adaptar sinais, linguagem e comportamento, sem perder coerência nem autenticidade.
A reconstrução da imagem pessoal deve seguir critérios de gestão. O primeiro é definir o papel que se deseja ocupar. Nenhuma imagem se sustenta sem direção estratégica. A clareza sobre o posicionamento orienta todas as decisões seguintes: como se comunicar, o que projetar e de que modo ser percebido.
O segundo é escolher os sinais visuais que sustentam essa intenção. O visual é o componente mais imediato da comunicação. Cores, formas, tecidos e proporções traduzem hierarquia, estilo de liderança e contexto de atuação. A escolha certa amplia presença e legitima autoridade.
O terceiro é ajustar a comunicação. O discurso precisa refletir visão, maturidade e domínio do próprio papel. A linguagem deve ser compatível com o nível de responsabilidade que se ocupa e coerente com a forma como se conduz. Quem fala com consistência transforma opinião em influência.
O quarto é revisar atitudes e comportamento. A credibilidade nasce da coerência entre presença, fala e conduta. O que se diz, o que se veste e o que se faz devem operar em sintonia. Liderança é percebida pela constância dos sinais, não pela intensidade de um gesto isolado.
O quinto é controlar a narrativa. A forma como o mercado, a equipe e a sociedade interpretam uma imagem define os limites e as oportunidades de quem a projeta. Quem não administra sua narrativa delega ao outro o poder de definir sua reputação.
Recriar-se, portanto, é assumir a gestão da própria leitura pública. É decidir o que deve permanecer e o que precisa ser substituído. É compreender que a imagem não é somente uma construção estética, mas um sistema de gestão que sustenta percepção, poder e influência.
O profissional que domina esse processo não reage às expectativas externas, mas conduz a própria trajetória. Recriar-se é fortalecer a imagem e exercer controle sobre as próprias escolhas. É agir com método, consciência e direção.
*Sobre Clara Laface
Clara Laface é fundadora da Clara Laface Imagem Pessoal & Corporativa, consultoria especializada na gestão estratégica da imagem de profissionais, líderes, equipes e organizações. Atua na intersecção entre aparência, comunicação, comportamento e marca pessoal, com foco em construir posicionamentos legítimos e consistentes.
A consultoria segue o modelo butique, caracterizado por atendimentos personalizados, metodologias próprias e projetos desenvolvidos sob medida, alinhados à identidade e aos objetivos de cada cliente.
Sua formação inclui certificações nacionais e internacionais, além de uma trajetória consolidada em marketing, liderança e governança. Foi Vice-Presidente de Marketing da AICI Brasil (2022–2024) e reconhecida como Membro do Ano em 2024, em reconhecimento à sua contribuição para o fortalecimento e a valorização do mercado de imagem no Brasil.
