Aos 10 anos, com deficiência visual bilateral e Transtorno do Espectro Autista, Rafaela descobriu seu talento nas aulas do Nanasa e agora faz treinamento no Comitê Paralímpico Brasileiro
Uma aluna com deficiência que estuda na rede municipal de Santo André descobriu talento para a natação e começou, portanto, a trilhar o caminho para se tornar atleta.
Com deficiência visual bilateral e Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), Rafaela Cruz Garcia, de 10 anos, está, em primeiro lugar, treinando no Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
A estudante é, acima de tudo, aluna da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Carlos Drummond de Andrade.
Começou a desenvolver suas habilidades, em suma, durante aulas no Nanasa (Núcleo de Natação Adaptado de Santo André), equipamento da Secretaria de Educação.
O Nanasa realiza uma parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro com o objetivo de, a partir do olhar atento de sua equipe, indicar alunos com deficiência para que vivenciem outras oportunidades relacionadas ao Esporte.
A partir da iniciativa, os alunos que atendem aos critérios de avaliação do CPB poderão, portanto, se tornar atletas paralímpicos.
“Aprendi bastante”
“Assim que entrei no Nanasa aprendi bastante. Depois de um tempo o pessoal sempre elogiava meu desempenho e agora estou no Comitê Paralímpico Brasileiro. Para o meu desenvolvimento, sinto que o treino é pesado e tento me espelhar em quem já está lá fazendo um bom trabalho”, conta, em resumo, Rafaela Cruz Garcia, animada.
A mãe de Rafaela, Marcele Cruz Garcia, sempre a acompanha em suas atividades.
“Esta é uma oportunidade que a gente tem que abraçar. Onde ela vai chegar, só ela e Deus sabem. Mas o mais importante de tudo, é que ela teve um avanço muito grande, trabalhando sua socialização e independência também”, comemora.
Durante sua participação nas aulas do Nanasa, Rafaela contou com planejamento individualizado, incluindo ações como adaptação ao meio líquido, reconhecimento do espaço e dos professores.
Também foi trabalhada a questão do deslocamento (andar pela piscina) com auxílio do professor com a perspectiva de oferecer a construção espacial devido à deficiência visual. Assim, Rafaela pôde construir mentalmente os limites espaciais que ela iria utilizar para realizar a atividades.
Todos os processos foram apresentados verbalmente para a aluna, e também por meio do estimulo motor realizado pelo professor (tato).
A estudante apresentou durante as atividades, por exemplo, boa consciência corporal, o que favoreceu a sua aprendizagem.
Torcida presente
Para a equipe do Nanasa, a torcida se faz, acima de tudo, presente.
“A Rafa chegou aqui de uma forma e rapidamente conquistou uma grande evolução. Nos mostrou que tinha condições de desenvolver as técnicas da natação e agora está no Comitê. A ideia é continuar identificando esses talentos e indicar alunos com esse perfil para as diferentes instituições que mantemos parceria”, pontua o assistente pedagógico do Nanasa, Jorge Marcos Ramos.
Quando o assunto é futuro, Rafaela tem na ponta da língua sua rotina e uma certeza.
“Quero continuar nadando e explorando o que eu sou capaz de fazer”, diz a aluna, que sempre recebe incentivo dos amigos e familiares. “Eles sempre me parabenizam e me dizem para seguir em frente. São forças positivas que ajudam meu futuro ser melhor”.
Natação adaptada
O Nanasa é, em primeiro lugar, um equipamento da Secretaria da Educação que oferece aulas de natação adaptada para pessoas com deficiência.
Reconhece e valoriza, acima de tudo, suas reais possibilidades, motivando-as a participar de atividades dentro da sua comunidade ou em outros locais possíveis.
Sempre vislumbrando a sua real inclusão social.
A idade mínima para ingressar no Nanasa é quatro anos, tendo em vista o desenvolvimento neuropsicomotor do aluno, permitindo maior liberdade em relação à presença dos pais ou responsáveis.
Com isso o aluno consegue, da mesma forma, acompanhar as atividades somente com o auxílio do professor ou estagiário.
Sem que os pais ou responsáveis estejam, da mesma forma, dentro da piscina.
A permanência no Nanasa é, em resumo, de até dois anos, sendo que no final deste período o aluno é formado e recebe um certificado com informações referentes às ações que está apto a desenvolver no interior da piscina.
A unidade, no bairro Jardim, tem capacidade de atender, por exemplo, 205 alunos, em três períodos (manhã, tarde e noite).
Para mais informações, os interessados devem, em conclusão, entrar em contato pelo número 4436-1261.
Assista ao vídeo: