O projeto para construção de uma Usina de Recuperação Energética (URE) em Mauá foi apresentado aos prefeitos da região na Assembleia Geral do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, realizada na manhã desta terça-feira (14/1). A reunião também marcou a posse da nova presidência da entidade regional.
Participaram do encontro o presidente do Consórcio ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, o vice-presidente do órgão intermunicipal e prefeito de Diadema, Lauro Michels, e os chefes dos Executivos Municipais de Santo André, Paulo Serra, São Bernardo do Campo, Orlando Morando, São Caetano do Sul, José Auricchio Júnior, Ribeirão Pires, Adler Teixeira-Kiko, e o secretário de Relações Institucionais de Mauá, Carlos Wilson Tomaz.
O projeto da URE foi apresentado pelo diretor-executivo da Central de Tratamento de Resíduos Lara, Daniel Sindicic. A empresa é detentora de um aterro sanitário privado localizado em Mauá e que recebe os resíduos sólidos de seis das sete cidades da região (a exceção é Santo André).
Segundo a apresentação de Sindicic, a usina utilizará área de 90 mil metros quadrados dentro do aterro em solo mauaense, receberá investimento 100% privado de R$ 900 milhões na construção e terá capacidade para gerar 80 megawatts por hora, o que, de acordo com a empresa, seria capaz de abastecer energeticamente um município com 250 mil residências.
O representante da empresa afirmou que o projeto deve ser o primeiro do tipo no Brasil e foi inspirado em equipamentos semelhantes instalados na Espanha, Alemanha, Portugal, Inglaterra e Finlândia. O equipamento deve usar tecnologia que transforma o vapor do lixo em energia limpa.
A construção da usina ainda depende de licenciamentos para ter início, mas a empresa prevê começar as obras entre junho e julho deste ano. Segundo projeção de Sindicic, haverá geração de 600 empregos durante os três anos de implementação e outras 100 vagas para operação do empreendimento.
A perspectiva apresentada pela Lara é de que, com a geração de energia, consiga rever o investimento inicial em 10 anos. Depois disso, além do ganho ambiental, há possibilidade real de que o custo com a destinação do lixo seja menor aos municípios, o que poderia resultar em congelamento da taxa cobrada pelo serviço.
“Há 30 anos, o Consórcio ABC foi criado para resolver a questão dos resíduos. Hoje trouxemos uma proposta para termos em nossa região a décima maior usina de reciclagem do mundo, adequada à nossa realidade e que pode servir de case para outros países que contam com aterros sanitários”, afirmou Maranhão.
Financeiro
Os prefeitos também assinaram os termos para repasse de 0,15% do orçamento líquido de cada município ao Consórcio ABC, trâmite comum na primeira Assembleia Geral da entidade regional em cada ano.