Joaquim Alessi
Conheci Carlos Messias Laranjeira no começo dos anos de 1980. Mestre do jornalismo político, que nos deixa às vésperas de uma eleição presidencial.
Nascido em 1946, em Maragogipe (BA), ele brilhou na Imprensa nacional (Popular da Tarde, onde eu comecei em 1978, e Notícias Populares, onde trabalhei em 19780).
Mas, fez sucesso maior ainda no jornalismo regional: Diário do Grande ABC, Correio Metropolitano e o seu Politika do ABC.
“Laranja”, como eu costuma chamá-lo, brincando, claro, com o termo que depois virou palavrão na política, ensinou muito a todos nós.
Seu corpo é velado neste momento (são 9h57 de 30,09) no cemitério Santo André, Av. Queirós Filho, 1750 – Vl Humaitá, Santo André, onde será cremado às 15h.
Sua filha, Andrea Guerreiro informa que ele morreu de falência múltipla dos órgãos, por complicações da hipertensão.
Coloquei-o no Programa do Jô
Corria o ano de 1999, Laranjeira me telefonou. Eu estava editor-chefe do Diário Popular.
-“Joaquim, vou lançar um livro, ‘A Verdadeira História do Rouba, Mas Faz’, para desfazer a injustiça com Adhemar (de Barros, ex-governador0.”
-Boa, Laranja, e quando será a noite de autógrafos? Quero ler”.
-“Já está pronto, vou te mandar um exemplar, mas preciso de um favor: você consegue uma entrevista no Programa do Jô, para eu falara do livro?”
Pedi um tempo, liguei para Dilea Frate, espetacular jornalista, produtora do Jô, fiz a resenha e imediatamente ela topou.
-“Manda o cara para cá!”. Disse o dia, hora e tudo mais.
Laranjeira foi, teve um pequeno contratempo com Jô durante a entrevista, já que o “Gordo” era questionador, implacável, mas passou o recado.
Profissional raro
O jornalista Carlos Laranjeira era, acima de tudo, especialista em Adhemar de Barros. Escreveu vários artigos e livros sobre o ex-governador.
Foi, além disso, muito amigo de Adhemarzinho, como era chamado Adhemar de Barros Filho, ex-dono da Lacta, herdade do pai.
Almoçamos várias vezes juntos, na Capital, trocamos ideias, sempre procurando entender melhor a política.
Por quase 30 anos, Laranjeira comandou, da mesma forma, a comunicação da Prefeitura de São Bernardo.
Teve uma guerra jurídico-trabalhista, demitido que foi pelo ex-prefeito Maurício Soares, mas venceu.
Foi, em conclusão, um profissional de Imprensa como raramente se vê hoje em dia.
Portanto, até breve, meu caro “Laranja”, numa Redação em nível mais elevado!