Parkinson: Diagnóstico precoce melhora a qualidade de vida

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Especialista da Inspirali aborda temas significantes sobre sintomas e tratamento da doença

Estudo recente realizado por pesquisadores do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aponta que mais de 500 mil brasileiros com 50 anos ou mais convivem atualmente com a Doença de Parkinson, transtorno neurodegenerativo que afeta, principalmente, pessoas idosas. Pensando em termos mundiais, pesquisa realizada pela revista científica britânica The BMJ prevê um aumento de até 112% nos casos de Parkinson até 2050 em relação a 2021.

Para responder as principais dúvidas sobre a Doença, a Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, convidou o Dr Marcos Lima de Freitas, neurologista e professor da UNP. Confira:

O que é a Doença de Parkinson?

R: A Doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, sendo a segunda mais comum, depois da Doença de Alzheimer.

Como e quando ela começa a se manifestar?

R: Geralmente se manifesta após os 50 anos, sendo considerada de início precoce quando se instala antes dos 40 anos (cerca de 10% dos casos) e juvenil antes dos 20 anos (extremamente rara).

Quais os principais sintomas?

R: Podemos dividir os sintomas em motores e não motores:

Os sintomas motores comprometem os movimentos tendo como principais queixas a lentidão de movimentos, a rigidez de extremidades e o tremor que predomina quando a extremidade está em repouso. O início é unilateral e com o passar do tempo afeta ambos os lados. Numa fase mais avançada da doença surge a instabilidade postural caracterizada por dificuldade para recuperar o equilíbrio, quando desequilibrado.

Com relação aos sintomas não motores, uma parte desses pacientes poderá desenvolver depressão, constipação intestinal, perda do olfato e distúrbio do sono que podem preceder os sintomas motores. Numa fase mais avançada também podem desenvolver queda de pressão arterial ao se levantar e quadro demencial.

Quando pode ser detectado?

R: A detecção ocorre quando se iniciam os sintomas motores. Pode haver suspeição naqueles pacientes que desenvolvem sintomas antes das alterações motoras, mas a confirmação se dará com o início dos sintomas motores.

Como é feito o diagnóstico?

R: O diagnóstico é predominantemente clínico. Uma boa anamnese e exame físico, seguido de teste terapêutico com a Levodopa, são os principais elementos para o diagnóstico.

O diagnóstico precoce faz diferença?

R: O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento, melhorando a qualidade de vida do paciente, permitindo uma melhor adaptação e planejamento pessoal.

Há diferentes estágios da doença?

R: Os neurologistas Margaret M. Hoehn e Melvin D. Yahr descreveram 5 diferentes estágios da doença de acordo com a evolução e gravidade:

Estágio 1: Os sintomas são leves e apenas um lado do corpo (unilateral). Pode haver tremor em um membro, rigidez ou lentidão de movimentos. Amigos e familiares podem notar mudanças na postura, equilíbrio ou marcha.

Estágio 2: Os sintomas afetam ambos os lados do corpo (bilateral). Dificuldade para caminhar e problemas de postura podem se tornar mais evidentes. A pessoa ainda é capaz de viver sozinha, mas as tarefas diárias podem ser mais difíceis e demoradas.

Estágio 3: Há uma perda de equilíbrio e os movimentos são mais lentos. As quedas se tornam mais comuns. A pessoa ainda é independente para muitas atividades, mas pode ter dificuldades com tarefas como vestir-se e comer.

Estágio 4: Os sintomas são graves e limitantes. É necessária ajuda para caminhar e realizar atividades da vida diária. A pessoa pode precisar de um andador ou outro dispositivo de assistência. Viver sozinho pode se tornar difícil.

Estágio 5: Este é o estágio mais avançado e debilitante. A rigidez nas pernas pode tornar impossível ficar em pé ou andar. A pessoa pode precisar de uma cadeira de rodas ou ficar acamada. É necessário cuidado em tempo integral para todas as atividades. Alucinações e delírios podem ocorrer.

Existe tratamento? Se sim, como é feito?

R: Existe tratamento sintomático para a doença de Parkinson. Medidas farmacológicas e não farmacológicas amenizam os sintomas. Dentre as opções farmacológicas a Levodopa é o medicamento de primeira linha. Outras opções terapêuticas cirúrgicas podem ser realizadas em casos selecionados como a estimulação cerebral profunda. Importante ressaltar o papel da fisioterapia, psicologia, neuropsicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e nutrição no tratamento. Não há tratamento que leve a cura da doença.

Existe tratamento pelo SUS?

R: Essas opções terapêuticas estão disponíveis pelo SUS.

Qual grupo de pessoas tem o maior risco de contrair a doença?

R: Observa-se que o risco está relacionado com a interação complexa entre fatores genéticos, ambientais e o envelhecimento.

Uma pessoa portadora da doença de Parkinson pode viver normalmente com independência?

R: Trata-se de uma doença neurodegenerativa com evolução progressiva. Nos estágios iniciais o paciente manterá sua independência, vindo a apresentar limitações com o avanço da doença, conforme os estágios citados anteriormente. O acompanhamento regular com equipe multidisciplinar trará benefícios para a qualidade de vida do paciente.

Sobre a Inspirali

Criada em 2019, a Inspirali atua na gestão de escolas médicas do Ecossistema Ânima e é uma das principais empresas de ensino superior de Medicina no Brasil, com mais de 13 mil alunos e 15 instituições localizadas em São Paulo, Piracicaba, São José dos Campos e Cubatão (SP), Belo Horizonte e Vespasiano (MG), Salvador, Irecê, Jacobina, Guanambi e Brumado (BA), Florianópolis e Tubarão (SC), Natal (RN) e Tucuruí (PA). As graduações em Medicina seguem modelo acadêmico reconhecido entre os mais inovadores do mundo e pensado para formar profissionais de alta performance com uma visão integral do ser humano. Os alunos são incentivados a participarem de ações humanitárias para vivenciarem uma experiência fora de sala de aula e realizam atendimentos, desde as primeiras fases, às comunidades nos 14 Centros Integrados de Saúde (CIS) e diversos hospitais, em parceria com o SUS.

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