Palmeiras e Corinthians: Pal-Co teatral!

In ABCD, Canto do Joca, Cultura, Esportes On
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Joaquim Alessi

Palco, sigla de Palmeiras e Corinthians deste domingo (18.02) revela, em primeiro lugar, um jogo teatral.

Épico para aqueles que viveram o inesperado “Gran Finale”.

“Gran Finale”, acima de tudo expressão italiana usada quando o espetáculo surpreende o público com desfecho final emocionante! Totalmente inesperado.

Tragédia para os pegos de surpresa, estupefatos com o inesperado.

Aristóteles, o filósofo, teorizou que a tragédia resulta numa catarse da audiência, e assim explicaria o motivo de humanos apreciarem a assistir ao sofrimento dramatizado.

Sátira ou comédia, para os neutros, ou antes chamados de antis, divertirem-se com as inevitáveis piadas prontas.

Aos amantes das artes resta infinidades de observações sobre esse jogo de bola.

No Palco, ou Pal-Co, proscênio para esse memorável Palmeiras e Corinthians, caberia uma infinidade de estilos para definir a apresentação.

Drama, fantasia, farsa, comédia, pantomima, experimental, realismo, histórico…

Concerto? Mas, o imponderável tem conserto? Para quem vislumbrava um futuro verde, talvez não. Mas às vezes as cores são somente preto e branco.

Sem nenhuma conotação pejorativa – em tempo de julgamentos e condenações mais apressados que reflexivos, com reflexos inimagináveis, tudo o que aconteceu nesse jogo leva a uma definição explosiva.

O desenrolar da trama, o domínio total do Palmeiras, com 2 a 0 que poderiam ter chegado fácil a 3, 4, 5… sabemos lá quantos, o desconto com o primeiro tento do até pouco tempo marginalizado e agora idolatrado Yuri Alberto, a expulsão do gigante Cássio, o zagueiro no gol, dois a menos em campo, uma salvação quase em cima da linha antes do apito final…

Conclusão

Enfim, tudo que leva à mais sugestiva conclusão: Teatro do Absurdo!

Digno de um Becket, Ionesco, Jean Genet, Fernando Arrabal etc. e tal.

E, antes do julgamento do tribunal da web, implacável, explique-se que o Absurdo aí não é depreciativo.

O criador da definição do estilo, o húngaro radicado na Inglaterra Martin Esslin (1918-2002), explicou:

“O teatro do absurdo se esforça por expressar o sentido do sem sentido da condição humana, e a inadequação da abordagem racional, através do abandono dos instrumentos racionais e do pensamento discursivo e o realiza através de ‘uma poesia que emerge das imagens concretas e objetificadas do próprio palco’.”

Está lá, no original: “The Theater of the Absurd strives to express its sense of the senselessness of the human condition and the inadequacy of the rational approach by the open abandonment of rational devices and discursive thought, and it does so through ‘a poetry that is to emerge from the concrete and objectified images of the stage itself’.”

E tem jogo de futebol, como esse, capaz de justificar a expressão “sentido do sem sentido”?

Por isso o futebol é mágico, e que tenhamos mais Palcos!

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