Joaquim Alessi
O que eu entendo de cinema? Absolutamente nada!
Mas, frequentador das salas escurinhas há cerca de 60 anos, me dou o direito de dar uns pitacos.
Assisti, em primeiro lugar, ao extremamente necessário “Ainda Estou Aqui”.
Filmaço, menos pelas técnicas cinematográfias, fotografia, direção etc. Nesses quesitos, deve perder para o francês Emilia Pérez. Só o trailer já mata a pau.
Mas, esse é outro papo, para quem entende do riscado.
Voltando ao “Ainda Estou Aqui”, já premiado com o Globo de Ouro (Melhor Atriz para Fernanda Torres) e agora com três indicações ao Oscar.
Perfeito! Mais que merecido.
Repito: porque sua mensagem faz-se mais que necessárias nos dias de hoje, em todo o mundo.
Porém (e sempre tem um porém, como ensinou Plinio Marcos), Melhor Atriz do filme é a mãe…
É a mãe de Fernanda Torres, a Fernanda Montenegro.
Aos 95 anos de idade, Fernandona deu um show de interpretação.
Aparece só no finzinho da película. Não diz única palavra.
Com sua capacidade extraordinária de atriz, apenas com a expressão facial, a comunicação do olhar, o silêncio dos indignados, fala tudo.
Chorei do começo ao fim de sua aparição no filme.
O olhar de Eunice. Eunice Paiva.
Nem precisou legenda para ler todos os seus pensamentos, os nossos sentimentos.
Tem de ser dela o Oscar de Melhor Atriz da Academia da Vida!