Maria Alice Vergueiro, mais uma grande artista a nos deixar.
Audiência privada com ela e Zé Celso.
Era 1981, ou começo de 1982 (não lembro direito), mas Zé Celso Martinez Corrêa (Gênio do Teatro), pediu-me para agendar uma conversa com o então prefeito de São Bernardo do Campo, Tito Costa.
Quem me ajudou foi o grande jornalista Ademir Medici, meu chefe no Diário do Grande ABC, à época, e assessor de imprensa na Prefeitura.
Zé Celso já vivia uma guerra com Silvio Santos, que queria porque queria o terreno do Oficina Uzona.
A ideia de Zé Celso era trazer o teatro para o Pavilhão Vera Cruz, então abandonado, depois de ser o “terreiro” do cinema.
Agendada a missão, fomos eu e Rosana Alessi buscar Zé Celso no Oficina, num início de tarde.
Ele acomodou-se no banco de trás do Fusca 74 da Rosana, começamos a andar e… o carro parou.
Não andava de jeito nenhum, e Zé logo lembrou-se de um mecânico amigo, próximo, que prontificou-se a consertar o carro.
Perdemos a hora da audiência, e voltamos para o Oficina.
A melhor decisão.
Batíamos um papo, ao lado do palco, quando surge a grande estrela: Maria Alice Vergueiro.
Zé Celso perguntou se ela estava ensaiando as canções de Kurt Weill e Brecht.
Ela respodeu: “Quer ver? Toca aí!”
Zé Celso imediatamente sentou-se à frente do piano e passamos horas, telespectadores únicos, privilegiadíssimos, curtindo um dos maiores espetáculos de nossas vidas.
O carro no conserto.
Nós no concerto.
Monumental!
Pena que naquela época não existia celular, rede social, internet.
Mas esse filme nunca foi, nem será, deletado de nossa memória.
Obrigado, muito obrigado, Maria Alice Vergueiro.
Tapa na Pantera