Por Antonio Worbleski*
Em um de meus artigos, eu comentei que queria abrir um fórum especial para que eu possa debater sobre um assunto que considero cada vez mais importante, e que ganhou ainda mais espaço após a pandemia de Covid-19: e-commerces e marketplaces, e o impacto na logística.
Afinal, temos algo a ver com isso? Claro! Eu e você.
No mundo dinâmico do comércio, a logística, o comércio eletrônico e os mercados estão convergindo para criar um cenário transformador. A interação entre esses três pilares está remodelando a forma como as empresas operam, os consumidores compram e os produtos chegam aos seus destinos.
A logística se tornou ainda mais aliada do comércio, principalmente após a pandemia. Foi o momento em que os operadores precisam parar e refletir sobre as novas relações e necessidades dos consumidores. A demanda aumentou e, com ela, a necessidade de repensar toda operação, reduzindo tempos de entrega, riscos e aumentando a necessidade de controle e previsibilidade, de ponta a ponta.
Os e-commerces aumentaram suas demandas de forma nunca vista antes, sendo retroalimentados por um mundo cem por cento conectado e pelo redesenho das preferências dos consumidores: a relação do mercado com as marcas mudou, os desejos mudaram, as necessidades se tornaram outras e, com isso, novas relações de consumo pautaram a logística.
Em relação aos marketplaces, estes se tornaram centros movimentados onde compradores e vendedores convergem, transcendendo as fronteiras geográficas. Várias marcas, “tudo em um só lugar” – o lema tech, personificado em um nicho de consumo, completamente ligado à experiência do consumidor e ofertas de encher os olhos. Isso porque ainda nem falamos de frete grátis (algo que também pede um conteúdo dedicado). Verdadeiros mercados para prospecção de leads, sendo a maioria pronta para a compra.
A verdade é que o encontro entre a logística e o e-commerce abriu novas possibilidades. Opções de entrega rápidas, confiáveis e econômicas são essenciais para atender às demandas cada vez maiores dos compradores on-line (atenção, fretes!). Ao alavancar as tecnologias de logística, as plataformas de e-commerce oferecem atendimento de pedidos contínuo, garantindo entregas rápidas e aumentando a satisfação do cliente. Por outro lado, os provedores de logística estão adaptando suas operações para atender especificamente às necessidades desse tipo de comércio, fornecendo soluções sob medida para separação de pedidos, embalagem e logística reversa.
Além disso, os mercados atuam como catalisadores de inovação e concorrência. Eles incentivam as empresas a se diferenciarem por meio de atendimento ao cliente superior, qualidade do produto e ofertas exclusivas. A integração entre plataformas de e-commerce e provedores de logística permite gerenciamento de estoque simplificado, processamento automatizado de pedidos e visibilidade aprimorada da cadeia de suprimentos. Essa integração otimiza a experiência do cliente de ponta a ponta, desde o pedido até o recebimento na porta.
Depois de tudo isso, o que podemos esperar para o futuro? Aqui vai: podemos esperar, cada vez mais, um relacionamento mais íntimo e próximo da logística, e-commerce e marketplaces. Tecnologias e data driven estarão ainda mais alinhados às operações da cadeia de suprimentos, anteciparão as demandas dos clientes e conduzirão experiências de compras personalizadas. O aumento da sustentabilidade alimentará a adoção de práticas logísticas mais ecológicas, rotas de transporte otimizadas e carbono reduzido.
Antonio Wrobleski é presidente da BBM Logística, sócio e conselheiro da Pathfind. Engenheiro com MBA na NYU (New York University) e também sócio da Awro Logística e Participações. Ele foi presidente da Ryder no Brasil de 1996 até 2008. Em 2009 montou a AWRO Logística e Participações, com foco em M&A e consolidação de plataformas no Brasil. Foi Country Manager na DHL e Diretor Ex